Markus ‘Maluko’ viveu uma nova experiência na preparação para sua luta contra Eric Spicely neste sábado (1º), em evento que acontece em Las Vegas (EUA). Sem atuar no octógono desde novembro de 2019, o atleta precisou de outros trabalhos para manter sua renda – durante alguns meses, o peso-médio (84 kg) conciliou o camp com atividades na construção civil e como segurança de um bar na Flórida. No entanto, o paulista afasta a possibilidade de que esta situação possa atrapalhar seu rendimento.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Maluko’ destacou que chegou a temer pela sua performance após se revezar entre os trabalhos. No entanto, o lutador relembrou o início de sua carreira quando, de acordo com seu relato, obteve sua melhor fase como profissional de MMA.
“De primeira quando acontece uma dificuldade ou provação você pensa: ‘Estou f****’. Mas depois conforme vai passando, me lembrei quando comecei a lutar, quando trabalhava na academia, dava uma aula atrás da outra, comia, às vezes dormia no tatame. Lembro que essa época era a que mais treinava, tinha mais aquela pegada. Então isso me lembrou esse momento e trabalhou minha cabeça. Foi como se fosse um treino psicológico que fiz nesse camp. A gente costuma pensar em treinar boxe, jiu-jitsu, mas e o treino psicológico? Treinei agora em cima disso e foi maravilhoso, uma volta às origens”, afirmou o atleta, antes de revelar os resultados positivos desse ‘novo’ camp e a verdadeira meta para seu próximo compromisso.
“Cheguei com peso mais baixo, melhor, mais animado e com uma cabeça muito boa. Normalmente, quando eu chegava para uma luta falava que queria nocautear, finalizar, mas para essa eu só quero soltar meu jogo, mostrar quem eu sou. E vai ser a primeira vez disso no UFC, porque até agora não soltei meu jogo. Nem de trocação e nem de jiu-jitsu. Estou muito focado e feliz. Isso é o principal”, concluiu o paulista de 30 anos.
Embora tenha visto pontos positivos com a experiência de ter novos trabalhos, principalmente na construção, Markus adiantou que não pretende seguir nessas profissões. O lutador afirmou que tem outros projetos pessoais que planeja investir para complementar a sua renda com o que recebe quando atua pelo Ultimate.
“Eu já tive empresa aberta, era programador, professor. Então tenho bagagem para fazer outras coisas. A questão do trabalho em construção foi bom para mim porque estava meio que treinando também. Mas tenho outros focos agora, o meu patrocínio do Açaí Fruta Brasileira, que estou com interesse de levar essa marca para Miami. Então tenho outros focos para trabalhar e investir meu dinheiro”, contou.
Mas como toda preparação para uma luta, ela tem como alvo superar um adversário. E o da vez para o paulista é Eric Spicely, que não atua há mais de um ano, em duelo em que foi superado por Deron Winn. Já em Vegas, ‘Maluko’ traçou um perfil do oponente deste sábado.
“Vejo ele como um grappler. O foco dele não é o nocaute. Claro, que se ele jogar uma mão e ver que o cara sentiu, vai querer nocautear. Mas não é o foco dele. Ele joga a trocação para grudar, quedar e buscar a finalização. Mas mesmo assim, vejo ele com receio de usar o jiu-jitsu, porque sabe que tenho finalizações. Não sou bobo no chão. Ele vai querer dificultar a trocação e me amarrar, botar a grade”, analisou.