MMA

Thor Silva mira grandes eventos de MMA e empolga Wanderlei: “É a evolução do pai”

Ser filho de uma grande referência no esporte pode tornar a missão de seguir os caminhos de seu pai ainda mais difícil. E quem acompanha a ainda breve trajetória de Thor Silva nas artes marciais deve imaginar o tipo de pressão que acompanha o jovem de 17 anos. Mas, ao que parece, o rapaz a encara sem grandes problemas.

No último final de semana, Thor fez sua estreia no boxe amador e, acompanhado de seu pai e do famoso treinador de MMA André ‘Dida’, viu o ringue ser cercado de dezenas de pessoas que queriam conferir o real potencial do filho do ex-campeão do Pride. Mas com a naturalidade de quem acompanhou de perto a carreira do ‘Cachorro Louco’, sempre seguida por uma multidão de fãs, o jovem voltou a vencer – assim como em sua estreia no muay thai, em dezembro.

O resultado, claro, ainda é apenas parte do projeto para o início de sua carreira. Como próximo passo, Wanderlei planeja que Thor seja desafiado no jiu-jitsu, modalidade com a qual o filho já carrega certa experiência. Mas para reforçar, a meta é que ele treine com atletas profissionais, como ‘Serginho’ Moraes, bicampeão mundial da arte suave e ex-lutador do UFC.

“Eu já posso ver a evolução técnica dele em relação a mim”, narrou Wanderlei durante conversa com a reportagem da Ag. Fight. “Ele é um cara que bate e sai, entra de novo, esquiva. Tem mais movimentação, acho que é a evolução, o aprimoramento do Wanderlei. Tem muita gente dizendo que ele é melhor do que o pai”, se encheu de orgulho.

O objetivo de todo o time é claro, fazer com que Thor trilhe o mesmo caminho do pai e chegue às maiores organizações de MMA do mundo. Mas apesar da ambição do projeto, ambos garantem que o sonho nasceu de forma natural e espontânea, fruto da convivência de anos com os bastidores da carreira do ‘Cachorro Louco’.

“Eu sempre estava lutando e treinando, desde os dois anos acompanho meu pai. Comecei a treinar com cinco anos e fui crescendo, e fiquei lutando. Não sinto pressão de ser filho do meu pai. Com um nome assim eu posso ter lutas melhores, os caras mais f*** vão querer lutar com o filho do Wanderlei”, ressaltou Thor, com uma naturalidade que chama a atenção.

Ao mesmo tempo que o atleta demonstra frieza, o veterano destoa. Com o coração de pai em seu discurso, Wanderlei elogia cada detalhe visto na postura do filho que, de acordo com sua análise, faz de Thor uma promessa para o esporte.

“Aconteceu um fato interessante, não sabia o cartel do oponente, falei que tinha que ter o mesmo peso e idade. Nessa altura da vida a idade conta muito, a força muda muito. Na pesagem, era na academia de um projeto social, o adversário pesou um quilo a mais. Quando apresentaram: ‘Esse é o Vini, 14 lutas e 13 vitórias’. C***, meu guri estava estreando. Pensei em como aquelas palavras entrariam no psicológico dele”, relembrou, enquanto seu filho, novamente, pareceu dar de ombros com uma possível adversidade.

“Recebi essa informação no dia da luta, que ele tinha 14 lutas. Pensei que ele tinha cinco ou seis. Mas pensei: ‘Ah, do mesmo jeito, vamos, vamos para a guerra. Hey!”, bradou, com o som característico das atletas formados pela academia Chute Boxe, que revelou para o mundo do MMA atletas como Maurício ‘Shogun’, Anderson Silva, Murilo ‘Ninja’, o próprio Wanderlei Silva e tantos outros.

Por sinal, uma das grandes vantagens que Thor carrega desde cedo são as portas abertas por seu pai nas principais academias de artes marciais do mundo. Quando morava nos EUA, o jovem pôde treinar com na Kings MMA, liderada por Rafael Cordeiro. Já em Curitiba, a Evolução Thai, de André ‘Dida’, é sua casa. Desta forma, não lhe faltam treinos de boxe, muay thai, jiu-jitsu e até mesmo wrestling.

“Depois que fiz as duas lutas, uma de boxe e uma de muay thai, ainda acho que sou melhor no muay thai,. Gosto muito de usar chute, dá para ver pela minha primeira vitória”, relembra, se referindo ao nocaute conquistado em menos de um minuto de disputa com um chute nas costelas do adversário.

“Para seguir a minha carreira, é tentar chegar ao Bellator, Rizin, M-1 ou UFC, uma das plataformas que fazem MMA. (…) Estou recebendo várias ofertas de lutas, mas pode deixar, todo mundo vai ter sua chance de lutar comigo”, finalizou, ao melhor ‘estilo Silva’.

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