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Ex-campeão do UFC, Daniel Cormier integra o Hall da Fama da organização e atua como comentarista
Daniel Cormier foi campeão do UFC nas divisões meio-pesado e peso-pesado - Louis Grasse/AgFight

MMA

Daniel Cormier critica mudança de regra no MMA: “Não quero que pareça luta de rua”

Recentemente, a Associação das Comissões de Boxe (ABC) anunciou mudanças significativas nas regras do MMA – entre elas, o fim do banimento das cotoveladas de cima para baixo em ângulo reto contra um atleta que esteja com as costas no solo. Apesar da alteração ter agradado a figuras importantes da modalidade, como Jon Jones e Dana White, houve também quem se incomodasse com as novas diretrizes homologadas pela entidade.

Este foi o caso de Daniel Cormier, ex-campeão meio-pesado (93 kg) e peso-pesado do UFC. Em um episódio recente do podcast ‘Funky and the Champ’, o veterano, que atualmente trabalha como comentarista da liga, revelou que não vê com bons olhos a liberação do polêmico golpe e deixou claro que é contra a mudança nas regras autorizada pela Associação das Comissões de Boxe.

“Eu não gosto disso. Não gosto das cotoveladas 12 para 6 (de cima para baixo no ângulo reto), e não gosto de ‘tiros de meta’. Eis o que penso: quando eu estava enfrentando Rumble Johnson, você não podia (dar essas cotoveladas). Mas você podia fazer isso com um arco, então eu consegui cortar Rumble com uma cotovelada arqueada, mas ela veio direto para baixo. Eu só não quero qualquer coisa que faça a luta parecer uma luta de rua, é isso”, opinou ‘DC’.

Preocupação com a imagem do MMA

Para justificar a posição contrária, Cormier destacou sua preocupação com a imagem do esporte. Na opinião do ex-campeão do UFC, a flexibilização das regras pode fazer com que o MMA volte no tempo e seja visto novamente como algo selvagem – visão que era compartilhada por boa parte da população nos primórdios da modalidade, inclusive por políticos influentes, que tentavam proibir sua existência.

“(O ex-senador dos EUA) John McCain, antes de morrer, era contra as lutas porque isso era “rinha de galo humana”. Eles mostravam esses vídeos de lutas de gangue, pessoas correndo, e as pessoas no chão. Se começar a parecer isso de novo, não vai ser bom. O momento em que nós começarmos a abrir essas regras novamente, vai ser mais e mais e mais, e, por fim, nós vamos resgatar os tiros de meta”, concluiu.

Além das cotovoladas ’12 para 6′, a joelhada na cabeça de um profissional com a mão apoiada no chão também foi permitida pela Associação das Comissões de Boxe. As novas regras do MMA entrarão em vigor a partir do dia 1º de novembro.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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