Eventos internacionais

Mari Morais descarta intimidação em estreia contra campeã do PFL

Um ano depois de garantir seu contrato com o PFL, Mariana Morais finalmente teve sua estreia marcada pela organização americana. Na última semana, a entidade – que optou por cancelar a temporada anterior por conta da pandemia de coronavírus – divulgou o card completo do terceiro evento programado para 2021, marcado para o dia 6 de maio, que contará com a primeira rodada do torneio dos pesos-pesados e do peso-leve (70 kg) feminino, categoria na qual a lutadora brasileira irá competir.

E logo de cara, ‘Mari’, como é conhecida, foi escalada para enfrentar uma das principais estrelas da companhia, a americana Kayla Harrison, bicampeã olímpica de judô e vencedora da temporada 2019 do PFL. Após construir uma carreira de enorme destaque na arte marcial japonesa, Kayla migrou para o MMA profissional em 2017, cercada de expectativa, e até o momento tem correspondido plenamente na nova modalidade.

Ainda invicta na modalidade, a atleta da ‘American Top Team’, que desperta comparações com a ex-campeã do UFC Ronda Rousey, desponta como franca favorita para vencer a edição 2021 do torneio. Nada que assuste a brasileira, que, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, esbanjou confiança no seu potencial para conseguir surpreender o mundo das lutas e mandar a rival para casa mais cedo, apesar de admitir ter sido pega de surpresa pelo chaveamento do torneio colocá-la frente a frente com Harrison logo na primeira rodada.

“Eu não imaginava enfrentá-la de primeira. Eu pensava em talvez lutar com ela em uma final. Mas eu estou super tranquila. Estou preparada. De uma forma ou de outra eu já estava me preparando para enfrentá-la em uma final. Mas já que é de primeira, vamos estrear contra ela. Ela não me intimida em nenhum sentido”, afirmou Mariana, antes de completar.

“Por mais que ela seja forte, ela tem muitas brechas na parte em pé, no contexto geral. O jogo dela, ela começa já andando para frente, vindo com tudo para te agarrar. Agora, se eu fizer meu jogo certinho, sem deixá-la se aproximar, bater e pontuar, eu tenho certeza que eu vou estar no caminho certo. Se eu vencê-la, os olhos vão se voltar todos para mim. Vencer a grande campeã, a estrela do evento”, projetou a brasileira, que, assim como sua adversária, deu seus primeiros passos nas artes marciais através do judô, modalidade na qual é faixa-marrom há 12 anos.

A confiança demonstrada por Mari em suas habilidades não é a mesma quando o assunto é arbitragem. Ainda desconhecida no cenário internacional, a brasileira admite ter receio quanto à pontuação dos juízes laterais durante seu confronto diante da principal estrela do plantel feminino do PFL. Por isso, a lutadora da equipe ‘Paraná Vale Tudo’ (PRVT) promete ir em busca do nocaute, evitando assim que a decisão sobre o resultado da peleja fique no campo subjetivo das papeletas.

“Me preocupa. Já aconteceu muitas vezes isso comigo. De lutar contra o atleta da casa e a luta ser parelha, e os juízes dão a vitória para o atleta da casa. Isso me preocupa. Até porque ela é a campeã. Se for uma luta muito parelha, os juízes sempre vão dar a vitória para o campeão. Em todas as minhas lutas, o meu mestre (Gilliard ‘Paraná’) sempre fala: ‘Mari, nunca deixa nas mãos dos juízes’. Porque nas mãos deles tudo pode acontecer”, concluiu.

Aos 26 anos de idade, Mariana Morais possui um cartel de 16 vitórias e dez derrotas no MMA profissional. A brasileira conquistou o contrato com o PFL após vencer o minitorneio classificatório, disputado durante uma edição do ‘Shooto Brasil’, em março do ano passado, onde precisou superar duas rivais na mesma noite.

Por sua vez, Kayla Harrison soma oito vitórias e nenhuma derrota desde que migrou para o MMA profissional. O histórico e a superioridade demonstrada pela americana em seus combates a colocam como uma das apostas de superestrelas da modalidade no futuro. Antes de se aventurar dentro do cage, a peso-leve conquistou duas medalhas de ouro olímpicas, nas edições de Londres e do Rio de Janeiro, em 2012 e 2016, respectivamente.

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Publicado por
Neri Fung

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