Entrevistas

Wellington Turman exalta evolução pessoal após “decisão mais difícil da vida”

Depois de sofrer três derrotas em quatro lutas no Ultimate, duas delas consecutivas, Wellington Turman sentiu a necessidade de respirar novos ares. O jovem curitibano, de 25 anos, deixou sua cidade natal e embarcou rumo a Danbury, nos Estados Unidos, onde se juntou à equipe de Glover Teixeira, campeão peso-meio-pesado (93 kg) do UFC. A decisão não foi fácil, como o próprio peso-médio (84 kg) admite, mas já rendeu frutos dentro e fora do octógono.

Em sua primeira apresentação como membro da ‘Teixeira MMA’, cerca de um mês depois de sua chegada na equipe, Turman conseguiu interromper a sequência negativa e retomar o caminho das vitórias, ao superar Sam Alvey por pontos. O resultado positivo em tão pouco tempo de trabalho, obviamente, foi comemorado, mas o peso-médio reconhece que ainda tem muito para aprender com o campeão do UFC e todo seu time.

Agora, com mais tempo de trabalho ao lado da nova equipe e escalado para enfrentar Misha Cirkunov no co-main event do UFC Vegas 49, neste sábado (26), Wellington demonstra confiança em uma apresentação ainda melhor. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, o lutador curitibano celebrou a decisão tomada por ele há pouco mais de seis meses e exaltou a constante evolução ao lado do campeão meio-pesado do Ultimate.

“Tem sido sensacional. Foi uma decisão difícil porque ficar longe da família, longe do meu cachorro, é difícil. Foi a decisão mais difícil que eu já tomei até hoje. Mas foi a melhor decisão que eu tomei. O Glover é sensacional, tem me ajudado muito. Tanto nos treinos, como na vida pessoal. Ele dá muitos conselhos. Eu tenho aprendido muito, e a evolução está só começando, sei que tenho muito ainda para aprender”, contou Turman.

Questionado sobre as áreas onde mais facilmente pôde observar uma evolução desde que chegou à equipe de Glover, Turman apontou o boxe e, curiosamente, o jiu-jitsu – sua especialidade – como os focos de maior crescimento técnico em suas habilidades. Já no âmbito pessoal, o curitibano destacou o auxílio do veterano ao lidar com os comentários negativos que lhe incomodavam, especialmente logo depois de sua chegada no novo time, quando vinha de duas derrotas consecutivas.

“Eu acho que evolui muito tecnicamente no boxe. É uma coisa que eu não treinava muito no Brasil. A gente treina com o Fernely (Feliz), que é o nosso coach de boxe, e ele é sinistro. Tem os filhos dele também que são boxeadores, um já luta profissional, o outro é amador. Os garotos são muito bons. Então, eu tenho aprendido muito, como mexer a cabeça, como movimentar, não ficar parado. Antes eu era muito travadão. Estou bem mais solto hoje em dia. Fora o jiu-jitsu. Com o Glover ali não tem como você não aprender. E ele gosta de ajudar, se você perguntar ele vai te ensinar. É um cara que gosta disso”, relatou Wellington, antes de analisar seu crescimento no aspecto mental.

“Quando eu cheguei, eu estava vindo de duas derrotas, situação complicada, nunca tinha acontecido isso na minha vida. E você fica meio para baixo, ainda mais com os haters que existem hoje em dia. É complicado. A galera descasca você. Se você deixar isso entrar na sua cabeça, você se perde. E o Glover me falou uma coisa, a gente nem estava falando sobre isso, mas ele disse: ‘A gente tem que confiar no que faz bem e esquecer o que as pessoas falam’. Ele me ensinou bastante nesse aspecto. A confiar em mim, saber o quanto eu me esforço para estar ali, o quanto eu gosto e sou bom nisso. E que o importante é fazer o meu trabalho e não escutar o que o pessoal de fora fala, não ficar escutando pessoas negativas”, concluiu.

No MMA profissional desde 2014, Wellington Turman soma 17 vitórias e cinco derrotas em sua carreira. Pelo UFC, onde estreou em 2019, o peso-médio possui dois triunfos e três reveses. Esse placar, entretanto, pode ser igualado neste sábado, quando o curitibano medirá forças com o experiente Misha Cirkunov, na co-luta principal do UFC Vegas 49.

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