Após ser atropelado pela segunda vez ao andar de bicicleta pelas ruas de Curitiba (PR), Wanderlei Silva não tem mais dúvidas: mudanças precisam ser feitas para garantir a segurança dos ciclistas. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a lenda do MMA contou detalhes sobre o acidente e sugeriu que o caso sirva para que autoridades e motoristas de automóveis deem mais atenção aos cidadãos que utilizam a bicicleta como meio de transporte.
Este é o segundo acidente do tipo do qual Wanderlei é vítima. A falta de ciclovias nas ruas de Curitiba é um dos fatores apontados pelo lutador como responsável pela exposição exagerada dos ciclistas a atropelamentos. Apesar da gravidade da batida, o ex-campeão do Pride afirmou que está em boas condições de saúde, graças, segundo ele, ao fato de estar de capacete no momento do ocorrido.
“Eu estava andando de bike, era de manhã, passei na praça aqui em Curitiba. Estava em uma descida e tinham dois sinais. Passei pelo primeiro sinal, mas, no segundo sinal, na hora que eu estava passando, um cara veio e me atropelou, me jogou longe. O ruim foi que eu caí de cara no chão. Se eu estivesse sem capacete, eu tinha realmente me machucado. Mas estou bem, cortei um pouco o rosto e quebrei o pé. Não foi nada tão grave perto do que foi o acidente”, contou Wanderlei, antes de pedir por mudanças que beneficiem os ciclistas de Curitiba.
“Precisamos ter melhores condições e respeito aos ciclistas. O pessoal não respeita. Não tem ciclovia. É uma coisa batida, mas a gente precisa usar um caso desses para, pelo menos, pedir mais atenção, e que o pessoal consiga dar mais espaço para o pessoal da bicicleta”, destacou o lutador.
Diferente do acidente sofrido em 2016, quando o motorista fugiu sem prestar socorro, desta vez Wanderlei teve o apoio do responsável pelo atropelamento, que levou um susto ao perceber que havia atropelado um dos maiores nomes do esporte brasileiro. Após ser levado para casa, onde recebeu os primeiros socorros da esposa, que é médica, o curitibano foi encaminhado ao hospital, onde foi constatada a fratura no pé, antes de ser liberado.
“O cara prestou socorro, parou, me colocou no carro. Quando ele desceu do carro e viu que era eu, o cara falou assim: ‘Wanderlei Silva! Desculpa, desculpa, desculpa’. Eu falei: ‘Cara, tranquilo. Relaxa. Estou bem, sem problemas’. Acalmei o cara, ele queria me levar para o hospital, mas eu falei para ele me trazer para casa porque minha esposa é médica. Minha esposa prestou os primeiros socorros em casa e depois eu fui para o hospital. Mas não precisei ficar internado. Só estou usando a botinha e esperando desinchar o olho. Vida que segue”, explicou Wanderlei.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.