Siga-nos
exclusivo!
Vicente Luque na pesagem oficial do UFC Vegas 78.
O brasileiro enfrenta Joanquin Buckley no 'co-main event' do UFC Atlantic City - Louis Grasse/Ag Fight

Entrevistas

Vicente Luque atrela luta com rival fora do ranking à sequência de cancelamentos no UFC

Número 11 do ranking dos meio-médios (77 kg) e vindo de vitória, Vicente Luque enfrenta, neste sábado (30), no UFC Atlantic City, Joaquin Buckley – que sequer figura no top 15 da categoria. Por conta dos estágios atuais de ambos na carreira, o combate pode ter surpreendido boa parcela dos fãs de MMA. Mas, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, o brasileiro justificou o cenário e atrelou o confronto diante de um oponente não ranqueado ao seu recente histórico de adiamentos e cancelamentos de lutas no Ultimate.

Nos últimos três compromissos, Vicente viu combates sendo adiados ou cancelados. Em meados de 2023, seu duelo contra Rafael dos Anjos foi postergado de julho para agosto. Em dezembro do mesmo ano, sua aguardada luta contra o companheiro de equipe Ian Machado Garry, sétimo do ranking, caiu às vésperas do UFC 296. Para o card de Atlantic City, Luque enfrentaria o oitavo colocado da categoria Sean Brady – que foi obrigado a deixar o evento por conta de uma lesão. Disposto a interromper o período de inatividade a qualquer custo, o brasiliense aceitou se manter na mesma data e encarar um novo rival, mesmo que fora do top 15.

“Sim, com certeza (o ideal seria um ranqueado). Vários fatores fizeram essa luta acontecer. A data é o principal fator, é uma data que eu queria. Venho me preparando há um tempo para lutar. Em dezembro não aconteceu e eu consegui esperar. Mas março já era a data (limite) que eu queria, que via como ideal. Iria acontecer com o Sean Brady, infelizmente não aconteceu. Mas para eu lutar contra alguém ranqueado, isso provavelmente significaria esperar até junho ou julho. Aí já seria muito tempo (sem lutar). Teria que prolongar os treinos mais ainda, e poderia ficar fisicamente prejudicado. Então vi que não faz muito sentido. E dentro das possibilidades veio o Buckley”, explicou Luque.

Mudança de estratégia no camp

Para se manter no card do UFC Atlantic City, Vicente precisou realinhar a estratégia nas últimas semanas de camp. De acordo com o brasileiro, Sean Brady, seu adversário original que acabou se lesionando, e Joaquin Buckley, o substituto para a vaga e atual rival, possuem estilos de luta opostos e, por isso, houve um trabalho específico de estudo para adaptar o plano de jogo para o novo oponente.

“O que teve que mudar (no camp) foi mais o estudo. O bom é que eu já estava em um ritmo bom e intenso. Quando olho para o jogo do adversário, realmente é totalmente diferente. O Brady é destro, o Joaquin é canhoto. Um cara é um grappler que tem uma trocação mais técnica, e o Joaquin já é um striker muito agressivo, tem golpes não ortodoxos. Ele vem com golpes bem surpreendentes. Ele explora muito esses golpes diferentes. Então teve sim uma mudança, principalmente no sparring, para poder ter caras que fizessem isso. Mas acho que consegui me preparar muito bem, desenhar meu jogo para encarar um cara como o Buckley, que é agressivo e forte. Mas tem várias coisas que posso usar ao meu favor”, analisou o brasileiro.

O combate entre Luque e Buckley servirá como ‘co-main event’ do card deste sábado. Também no card principal, Bruno Blindado enfrenta o ex-campeão Chris Weidman. Já na porção preliminar do show, outros três brasileiros entram em ação: Virna Jandiroba, Herbert Burns e Melissa Gatto, que enfrentam, respectivamente, Loopy Godinez, Julio Arce e Viktoria Dudakova. O ‘main event’ fica por conta do duelo entre Erin Blanchfield e Manon Fiorot.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

Mais em Entrevistas