Desde o início de 2023, Alexa Grasso e Valentina Shevchenko treinam e se preparam sempre focadas na mesma adversária. Neste sábado (14), na luta co-principal do Noche UFC, as pesos-moscas (57 kg) farão uma trilogia para decidir quem fica com o cinturão da categoria. Mas na opinião de ‘Bullet’, um terceiro confronto consecutivo entre as duas não seria necessário caso não houvesse o que, em seu entendimento, foi um erro de pontuação no último encontro entre as atletas. Apesar do empate oficial nas papeletas, a ex-campeã considera que fez o suficiente para ter o braço erguido em setembro da última temporada.
Durante entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, a lutadora do Quirguistão deu a entender que um terceiro combate não sairia do papel caso o desfecho do segundo duelo lhe fosse favorável. Apesar disso, Valentina afastou qualquer tipo de indício de desgaste em se preparar para a mesma rival pela terceira vez seguida. De acordo com a veterana, cada camp de preparação tem suas nuances e, por isso, os treinos nunca são similares, mesmo diante da mesma adversária.
“Você sabe, assistindo à segunda luta, e todo mundo viu isso, eu ganhei aquela luta. Mas eles (juízes) deram um empate. E esta é a única razão pela qual temos a terceira luta acontecendo em alguns dias. Por um lado, definitivamente é mais fácil (se preparar), porque você conhece sua oponente. Por outro lado, é o mesmo negócio. Ir até lá e se mostrar da melhor maneira que puder, com a melhor preparação. Ter certeza que você está com 100% do seu poder mental e físico. Mesmo tendo que lutar com a mesma oponente, não é sempre a mesma coisa. Porque rola uma preparação e um camp de treinos diferente, como você se sente. Então é meio que igual, mas diferente (risos)”, afirmou Shevchenko.
Atmosfera desfavorável?
Quando se enfrentaram no Noche UFC de 2023, Valentina deu a entender que a atmosfera presente naquele evento pode ter influenciado o julgamento dos juízes no duelo, já que Alexa era uma campeã mexicana em ação no card em homenagem ao Dia da Independência do México. Sendo assim, Bullet destacou que não gostaria de competir novamente nessas circunstâncias. As negociações, porém, não correram como ela esperava. Por outro lado, Shevchenko exalta a oportunidade de entrar em ação no primeiro e talvez único show do Ultimate sediado na tecnológica ‘Esfera’, em Las Vegas (EUA).
“Bem, sempre há a possibilidade de não lutar na Esfera. Eu estava pensando tipo, é como se houvesse uma temática sobre algo como o Dia da Independência do México. Mas não é a mesma coisa, porque vendo a luta principal do UFC 306, são O’Malley e Merab, EUA vs Geórgia. No geral, sinto que é um evento para a vida toda. Então definitivamente é uma grande honra estar nessa luta, nesse evento. No final das contas, para mim não importa quem, quando e onde. Apenas vá e lute, essa é minha filosofia”, explicou a ex-campeã.
No primeiro duelo entre Valentina e Grasso, a mexicana chocou o mundo ao desbancar a então campeã dominante via finalização no quarto assalto. Meses depois, ambas travaram um duelo parelho que terminou empatado na decisão dos juízes. Agora, Shevchenko e Alexa irão passar a rivalidade a limpo de vez, para definir quem seguirá com a posse do cinturão até 57 kg do MMA feminino.