Depois de passar por nomes como Tony Ferguson, Michael Chandler, Dustin Poirier e Justin Gaethje em sequência, Charles Oliveira tem mais um grande obstáculo em sua trajetória no peso-leve (70 kg). No UFC 280, evento que acontece no dia 22 de outubro, ‘Do Bronx’ encara Islam Makhachev em luta válida pelo cinturão vago da categoria. E, de acordo com o treinador Diego Lima, o fato do seu atleta atuar em Abu Dhabi (EAU) não lhe preocupa.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o profissional deixou claro que não viu problema da luta entre Charles e Makhachev ser realizada em Abu Dhabi. Vale lembrar que o território se notabilizou por ser ‘casa’ da equipe de Khabib Nurmagomedov no MMA. Tanto que ‘The Eagle’, amigo de Islam, e Ali Abdelaziz, empresário do russo, ficaram em cima do UFC para o encontro acontecer nos Emirados Árabes e convenceram a companhia.
Contudo, Diego Lima minimiza a questão do ‘mando de campo’ e ressalta que ‘Do Bronx’ não deve ser visto como um visitante entrando para ser abatido em área hostil. Confiante, o profissional garante que nem mesmo dificuldades como o fuso horário, clima e a alimentação vão impedir Charles de atuar bem no combate, sair do octógono com a vitória e, consequentemente, com o cinturão, já que o atleta não sente qualquer tipo de pressão em atividade.
“Em relação a luta, a verdade é só uma: o octógono é um só. Fechou a porta, são dois lutadores e um árbitro. Se o octógono está no Brasil, nos Estados Unidos ou em Abu Dhabi, dá na mesma. É claro que lutar no Brasil é legal, porque a gente está com a torcida a favor, gritando, nos apoiando, levantando, mas lutar em campo neutro é bom também e com certeza é importante. Mas a estratégia não muda, o pensamento, a vontade não mudam. Não será o lugar que vai mudar o resultado da luta. Tem esse lance do fuso horário, mas são coisas contornáveis. Lutamos muitas vezes em Abu Dhabi, no Japão e nunca fomos prejudicados por isso. Vamos chegar um pouco antes, com dez, 15 dias, vamos com muita gente da nossa família. O Charles é feito de superação”, declarou o treinador.
Para a aguardada luta, Makhachev, Khabib e o empresário dos russos criaram um clima de guerra com o claro intuito de intimidar Charles. Tanto que o trio provoca o brasileiro e questiona a coragem, garra e qualidade do mesmo. No entanto, como conhece ‘Do Bronx’ mais do que qualquer um, Diego Lima avisa que a tática da equipe rival de tentar tirar o atleta do sério não surte efeito, porque o ex-campeão do peso-leve do UFC está focado apenas no duelo com Islam e em recuperar o título da categoria e não no ‘trash talk’. Como o profissional é acostumado em ser ‘zebra’ para seus confrontos e impressiona contra lutadores temidos, o técnico aposta que a história de sucesso vai se repetir.
“Charles gosta de desafio, de ser desafiado de ser desacreditado. Lutar lá, ele gostou. Na última luta, a gente fez na casa do Gaethje, teve a sacanagem da Comissão Atlética na balança e o que aconteceu no final? Engrandeceu mais ele. ‘Ah, mas perdeu o cinturão’, não, ele não perdeu o cinturão. Todos sabem quem é o campeão. Aquilo foi mais uma história de superação. Isso fortaleceu mais ele, porque tentaram derrubar e mais uma vez não conseguiram. Lutar na casa do Makhachev vai ser a mesma coisa. Vai ser muito legal, porque o Charles esta pronto para lutar em qualquer lugar”, concluiu.
Charles Oliveira, de 32 anos, vive sua melhor fase no MMA e possui uma sequência de 11 vitórias, sendo dez pela via rápida. Conhecido no esporte pelo jiu-jitsu de alto nível, ‘Do Bronx’ mostrou que sua trocação também representa uma ameaça aos oponentes. Atualmente, o brasileiro é o líder do ranking do peso-leve do UFC, mas não possui o cinturão da categoria por conta de uma falha na balança. Seu cartel profissional é composto por 33 vitórias, sendo 30 pela via rápida, oito derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado).