Entrevistas

Treinador afirma que pressão de time de Adesanya afastou Whittaker de ‘title shot’

Com três vitórias seguidas no octógono. Robert Whittaker era apontado como o grande favorito para disputar novamente o cinturão dos pesos-médios (84 kg) do Ultimate e fazer a revanche contra Israel Adesanya. Porém, o ex-campeão da categoria foi obrigado a dar um passo atrás. Na última semana, Dana White confirmou que o nigeriano vai duelar com Marvin Vettori no dia 12 de junho, no UFC 263. O motivo? O australiano recusou a oferta de se apresentar na data em questão.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Alex Prates, treinador de Whittaker, afirmou que seu pupilo não tinha tempo hábil para se preparar adequadamente para o combate. Vale destacar que o ex-campeão lutou no último dia 17 de abril e neste momento passa pelo período obrigatório de duas semanas de quarentena em um quarto de hotel na Austrália, de onde só será liberado no dia 5 de maio. De acordo com o técnico brasileiro, a data estipulada foi uma espécie de pressão por parte do time de Adesanya.

“Até pensamos em aceitar a luta dia 12 de junho, mas pedimos só um mês a mais, porque era humanamente impossível. Mas isso foi do camp do Israel, eles que estavam naquela de ser o dia 12 de junho ou nada. Eles colocaram a gente em uma situação que era para dizer não ou entrar na luta que seria um erro total. O Robert corta 26, 28 libras para lutar. Foi um presente de grego”, explicou o brasileiro.

“Não sei como funciona, mas foi essa posição que tivemos com o UFC de tipo: ‘Mas é ele (Adesanya) que dá as cartas?’. E entendemos que é praticamente isso. Dependendo do seu ponto de vista, eles trabalham de maneira inteligente, porque nos botaram em um beco sem saída, mas não compramos a estratégia deles. Não quero chamar de erro ou dizer que somos mais inteligentes que outras pessoas. A gente nunca agiu assim. Estamos aqui para lutar com qualquer um e nunca fizemos isso. Lutar em seis semanas… A pressão deles deu certo. E ele vende né!? É de se entender”, completou.

Essa não foi a primeira vez que Whittaker foi preterido por uma disputa de cinturão. Em outubro de 2020, o lutador era especulado como próximo desafiante após vencer Jared Cannonier. Porém, Adesanaya subiu para a divisão dos meio-pesados (93 kg) em busca de um novo título e adiou os planos. Agora, o ex-campeão venceu Kelvin Gastelum e tinha a expectativa de que teria seu ‘title shot’.

Entretanto, ao que tudo indica, ao menos por enquanto, Robert terá sua chance contra o vencedor da luta entre Adesanya e Vettori. Pelo menos foi o que adiantou Alex Prates. O técnico afirmou que não existe a chance do neozelandês atuar novamente se não for em uma disputa de título.

“O UFC já falou isso com a gente. A gente espera e vamos enfrentar o ganhador do Israel e Vettori. Já foi decidido e está garantido. Mas está garantido que vamos ter a revanche. Não vou dizer que vou torcer para o Israel, mas ele vai lutar com ele independente de título. Se não for nessa, será em uma próxima. Vamos ter a chance de fazer nossa revanche. Sabemos que o Robert vai ter uma performance melhor”, finalizou.

Robert Whittaker é ex-campeão do peso-médio do UFC e dono do primeiro lugar no ranking da divisão. No MMA desde 2009, o atleta disputou 28 lutas, venceu 23 e perdeu cinco vezes. O neozelandês chegou ao posto mais alto do Ultimate em 2017 e ficou nele até 2019, quando foi nocauteado por Israel Adesanya. Depois deste revés, o neozelandês superou Darren Till, Jared Cannonier e Kelvin Gastelum, retomando sua boa fase.

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