Cria do Contender Series, Sean O’Malley vem despontando como uma grande promessa do UFC. Com apenas 25 anos, o americano ainda está invicto na carreira, após 12 compromissos, sendo que quatro já pelo Ultimate. Quem acompanha de perto o sucesso do jovem é o brasileiro Augusto ‘Tanquinho’. O faixa-preta de jiu-jitsu é responsável por afiar o chão do atleta e não poupou elogios ao talento do peso-galo (61 kg).
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Tanquinho’, que já foi campeão mundial de jiu-jitsu, além do ADCC, integra o time de treinadores da MMA Lab, além de ter sua própria academia, a Soul Fighters, no Arizona (EUA). Com isso, o lutador passa toda sua experiência adquirida nos tatames para os atletas que estão começando e Sean O’Malley é um deles. No último sábado (6), ‘Tanquinho’ esteve ao lado de americano em seu compromisso no UFC 250, quando nocauteou Eddie Wineland, ainda no primeiro round da disputa. Apesar de grandes atuações do jovem dentro do octógono, o faixa-preta adiantou que o público ainda não viu todo seu potencial e também destacou sua qualidade no jogo de solo.
“O garoto treina demais e é muito dedicado. O pessoal ainda não assistiu nem 50% do potencial dele. Ele está com um chão bem afiado, tenho certeza que ele não terá problema nenhum caso vá ao chão. Ele tem usado muito do tempo dele no treino de jiu-jitsu, acredito mais até que no treino em pé dele. Aliás ele foi até um dos meus principais parceiros de treino durante a minha preparação para o último ADCC que eu venci”, adiantou o carioca, que destacou qual nível de popularidade O’Malley vai chegar no Ultimate.
“Ele não só será o campeão como será uma dessas grandes estrelas do esporte. Ele não tem pressa e nem a gente que treina ele tem. É tudo tem o seu tempo e cada camp e luta ele está melhor. Acredito que ele está tomando as decisões certas para a carreira dele e aos poucos estamos chegando perto do título”, completou.
Augusto ‘Tanquinho’ também teve a experiência de lutar dentro do octógono mais famoso do mundo. De 2016 a 2017 o brasileiro fez três apresentações, mas depois decidiu sair da franquia. Mas a opção do faixa-preta não foi por questão técnica, e sim financeira. Se atualmente muitos lutadores já brigam por maiores salários na liga, ele já tinha observado isso há quatro anos e, por não receber uma bolsa que ele achava justa para se apresentar, pediu para ser liberado do contrato.
“Não tem muito para assimilar, muita gente não sabe, mas eu que pedi para ser liberado pelo UFC, como hoje em dia a gente tá vendo o (Jorge) Masvidal e Jon Jones pedindo para serem liberados. Enfim eu estava precisando de grana e o evento russo ACA tinha me oferecido o dobro do que o UFC me pagava, então pedi para ser liberado e fui atendido. Então foi bem pensado tudo isso. Não acredito que me prejudicou, nunca fugi de luta e nem escolhi adversários e o UFC gosta disso”, revelou o lutador.
Sem atuar nas artes marciais mistas desde junho de 2019, quando lutou no evento ACA, o brasileiro tem focado suas atenções em eventos de luta agarrada. Ainda com a indefinição sobre o retorno de outras competições de MMA, ‘Tanquinho’ ainda sabe quando irá se apresentar novamente, mas adiantou em qual organização não se anima mais de competir.
“Eu gostaria muito de fazer uma luta por volta de julho ou agosto, mas como a maioria dos eventos não voltaram ainda por causa da pandemia então eu não sei exatamente quando acontecerá o meu retorno. Meu contrato acabou agora dia 31 de maio, mas como tinha uma luta marcada com eles que foi cancelada antes da pandemia. Então tenho que ver se ainda luto lá ou não, de verdade estou aberto para outras propostas, até porque não tenho vontade nenhuma de lutar no ACA novamente”, finalizou.