Entrevistas

‘Sheetara’ recorda polêmica, ‘agradece’ juiz e diz que teve receio da luta voltar

No último sábado (6), Mayra ‘Sheetara’ conseguiu sua segunda vitória seguida no peso-galo (61 kg) do Ultimate, mas foi com requintes de muita tensão. A brasileira finalizou Stephanie Egger, no primeiro round do UFC 59, mas foi obrigada a esperar alguns minutos para comemorar, pois a rival não admitiu que desistiu do duelo e o árbitro central foi obrigado a se consultar com seus colegas no show para confirmar o triunfo da maneira.

Aliviada após mais um resultado positivo no octógono, ‘Sheetara’, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, relembrou os momentos de apreensão e novamente reafirmou a atitude da sua adversária. Segundo a brasileira ainda revelou o motivo de não ter segurado mais a posição até o árbitro ter certeza da sua vitória.

“Ela bateu. Tinha um juiz bem atrás que viu ela bater. Agora eu conversando com meu treinador, ele falou que era uma situação complexa e eu poderia ter segurado. Mas como eu treinei jiu-jitsu o meu camp inteiro, você sente os tapinhas e solta, porque estamos acostumados. Vou quebrar o braço dela pra quê? Não precisa disso e soltei. Agora não sei se foi ingenuidade minha ou se tinha que ter segurado até ela gritar e parar. Esperei ela dar os três para soltar. Sorte que tinha um juiz ao lado e ele falou para o central que tinha 100% de certeza que ela bateu. Esse juiz que me salvou, porque poderia ter voltado a luta”, contou.

Mas entre os minutos da sua finalização até a confirmação da sua vitória, ‘Sheetara’ viveu um drama. Isso porque a lutadora não sabia se teria que voltar a encarar Egger ou sair do cage com o triunfo. Caso a primeira opção fosse a escolhida, a mineira admitiu que não saberia como retornaria e ficou com medo de perder um triunfo justo.

“Depois que esse juiz falou que teve 100% de certeza que ela bateu, eu descansei e meu nível de adrenalina baixou. Quando veio a polêmica de vai voltar ou não, eu meio que tipo ‘Não. Como eu iria voltar assim?’. Se tivesse que voltar eu iria, mas não sei se conseguiria performar o quanto me preparei para isso. Quando o juiz falou a adrenalina baixou e fiquei tranquila. Reaquecer para luta eu não sei como seria”, explicou.

Com experiência de anos nas artes marciais, Mayra não deixou de lamentar a postura de Egger em não reconhecer a derrota. Entretanto, a brasileira confessou que se arrependeu em não cumprimentar a rival após a luta e até justificou a atitude da suíça.

“Como ser humano me decepcionou, tanto que depois ela veio pegar na minha mão e eu não quis. Até me arrependo disso, até deveria ter pego. Na hora me decepcionou, mas pensando como atleta, é muita coisa que está em jogo. Não vou julgar. Hoje, eu jamais faria isso, mas amanhã, não sei. É muito rápido”, completou.

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