Entrevistas

Ronaldo ‘Jacaré’ destaca aprendizado com má fase e deixa futuro em aberto no UFC

Após praticamente 15 anos de carreira no MMA profissional, Ronaldo ‘Jacaré’ atravessa uma situação inédita na modalidade. O brasileiro acumula três derrotas seguidas e está em posição delicada no UFC. Mas, apesar do momento de instabilidade, o faixa-preta de jiu-jitsu garantiu confiança de que vai protagonizar uma volta por cima na temporada 2021. Dessa maneira, o atleta, procurado pela reportagem da Ag. Fight (clique aqui ou veja acima), analisou a fase pela qual tem passado.

Para entender o momento de ‘Jacaré’, primeiro é preciso relembrar o ano de 2020 e sua última apresentação. Inicialmente, o brasileiro iria encarar Uriah Hall em maio, mas contraiu o vírus da COVID-19 e foi retirado da luta. Na sequência, o atleta mediria forças diante do italiano Marvin Vettori, mas viu o nome do rival ser alterado de última hora e acabou enfrentando Kevin Holland no UFC 256, realizado em dezembro. O desfecho da luta foi o pior possível e ele foi nocauteado logo no primeiro round.

“Eu estava bem, fiz um bom camp, mas o moleque acertou um golpe encaixado e venceu de uma forma espetacular. Ele foi melhor que eu, Eu estava controlando as ações, mas ele me surpreendeu com aquele golpe de baixo para cima. Eu nunca imaginaria que poderia acontecer. Foi bastante frustrante, mas são coisas que acontecem. As coisas mudam rapidamente e dessa vez foi para o outro lado”, explicou o atleta.

Com o resultado negativo, Ronaldo atingiu uma ingrata marca que nunca havia sido registrada em seu cartel nas artes marciais mistas até então. Afinal, além do revés para Holland, ele havia sido superado anteriormente por Jack Hermansson e Jan Blachowicz. Com 41 anos, o experiente lutador apontou pssíveis lições que possa ter aprendido no período.

“É estranho porque em toda a minha carreira eu sempre venci. Agora venho em uma fase bem ruim, mas são coisas que acontecem. Temos que aprender com as dificuldades. Vejo muito atletas bons que passaram por fases ruins e voltaram bem. A vida é assim, temos que ser humildes, tranquilos. O mundo dá voltas e da mesma maneira que a gente está por cima, podemos estar por baixo. A lição (que aprendi) é manter a humildade, esteja sempre grato e continue trabalhando duro. Não tem mistério (risos)”, afirmou o lutador, antes de reforçar que possui a motivação necessária para dar a volta por cima na carreira.

Leandro Bernardes

“Quero vencer. Toda vez que piso no octógono é porque tenho certeza que posso vencer. O dia que não tiver essa certeza eu nem pisaria mais. Minha intenção é vencer. Meu primeiro objetivo é vencer. Vou treinar para vencer e quero isso”, completou.

Mas aliado ao mau momento vem o risco do ‘Jacaré’ ser demitido do Ultimate. Em 2020, Dana White, presidente do UFC, revelou que a organização tinha o plano de cortar cerca de 60 atletas e deixou todos os competidores com o sinal de alerta ligado. Embora tenha um nome dentro da franquia e dizer que confia em sua permanência, ‘Jacaré’ admitiu que não se espantaria se entrasse nessa lista de cortados da liga e justificou.

“Não confio na minha boa relação com o UFC. Acho que se eles tiverem que cortar, eles vão fazer e eu vou ter que continuar vivendo. Não acharia estranho se me cortassem, mas também acho improvável. É seguir trabalhando. Foi muito bom trabalhar no UFC esses anos todos. Passei muitas coisas legais, tive várias boas batalhas e agradeço ao UFC por essa chance. Eu também dei o meu melhor dentro do octógono”, contou o lutador, deixando seu futuro em aberto independente da decisão do UFC.

“Tenho algumas lutas para fazer (no contrato). Talvez eu cumpra ou o UFC me deixe cumprir (risos). (…) Mas não tenho pretensão de lutar muito tempo. Tenho algumas lutas para fazer, mas posso fazer uma, duas, três, ou parar depois da próxima. Na minha cabeça não tem (nada definido). Não tenho problema algum em parar de lutar”, concluiu.

Com carreira de sucesso no jiu-jitsu esportivo, Ronaldo ‘Jacaré’ iniciou sua trajetória no MMA profissional em 2003 e possui 26 vitórias, nove derrotas e um ‘no contest’ em seu cartel. No Ultimate desde 2013, o brasileiro viveu sua melhor fase na organização nos seus dois primeiros anos, quando engatou uma sequência de cinco triunfos.

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