Rodolfo Vieira definitivamente não pode ser acusado de interpretar um personagem, como alguns lutadores de MMA, por vezes, são. Sempre honesto em seus pronunciamentos públicos, o ‘Caçador de faixas-pretas’ – como ficou conhecido durante sua vitoriosa carreira no jiu-jitsu – manteve a mesma postura ao analisar seu adversário deste sábado (15), Andre Petroski, com o qual medirá forças no card do UFC Vegas 102.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Rodolfo ativou o ‘modo sincerão’ mais uma vez e admitiu que a escolha do “duro” Andre Petroski como substituto de Jacob Malkoun, seu oponente original no UFC Vegas 102, não lhe agradou. Sem se preocupar com possíveis julgamentos, o peso-médio (84 kg) carioca explicou que, devido ao alto nível de seus rivais de divisão, todos os potenciais adversários trazem perigo e preocupação dentro do octógono mais famoso do mundo.
“Me agradar não me agradou não. Acho que nenhum lutador ali se me oferecer vai me agradar (risos). Porque só tem pedreira na minha categoria – dentro do ranking, fora do ranking, só tem cara bom, caras completos. Eu ia lutar com o Jacob Malkoun, que é um cara também duríssimo, muito bom de boxe, bom de wrestling, faixa-preta de jiu-jitsu. Aí ele se machucou e o Andre Petroski aceitou a luta de ‘short notice’ (última hora), que não foi tão ‘short’ assim, acho que foi umas cinco, seis semanas. Ele aceitou e eu falei: ‘Não tem como eu falar não’. Se eu não aceito ele, ia vir outro cara duro”, afirmou o sincero Rodolfo Vieira.
Casamento de estilos
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o lutador brasileiro fala abertamente sobre temas que pouco são abordados por outros atletas de alto nível. Ainda no início de sua trajetória no Ultimate, quando ainda se adaptava após migrar do jiu-jitsu para o MMA, o faixa-preta admitiu que ainda não se sentia confortável ao ser atingido por golpes no rosto. Portanto, não chega a ser uma surpresa que Rodolfo fuja do lugar comum e fale abertamente de forma honesta o que acha de seus adversários – o que não significa necessariamente que a confiança do carioca em uma vitória neste sábado não esteja alta.
“Acho que casa (os estilos). É um cara com nível alto de wrestling, nível de jiu-jitsu dele é bom, não é um cara de bobeira, tem um controle bom por cima, é um cara perigoso no triângulo de mão. Em pé que ele não é tão técnico assim, mas tem um overhand de esquerda perigoso, tem um cruzado, troca de base, chuta… É um cara que não tem muito padrão em pé, então, é um pouco complicado de lutar. Mas nós treinamos muito para o estilo dele”, concluiu.
Depois de sofrer suas duas primeiras derrotas no MMA profissional em um período de pouco mais de um ano, Rodolfo Vieira colocou novamente sua carreira nos trilhos ao vencer suas duas lutas mais recentes no octógono mais famoso do mundo, contra Cody Brundage e Armen Petrosyan, ambas por finalização – a especialidade da casa. Por sua vez, Andre Petroski também chega para o combate do UFC Vegas 102, neste sábado, embalado por uma sequência de dois triunfos, diante de Josh Fremd e Dylan Budka.