Em outubro de 2024, Raffael Cerqueira viajou até Abu Dhabi (EAU) para realizar sua estreia na maior liga de MMA do mundo. O desempenho dentro do octógono no card do UFC 308, porém, não foi como o esperado, com o brasileiro sendo nocauteado pelo rival Ibo Aslan e perdendo, de quebra, sua invencibilidade no MMA profissional. Prestes a voltar a competir na organização, ‘The Lion’, como é conhecido, relembrou a experiência e admitiu, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, que o aspecto emocional pode ter lhe afetado em seu debute no Ultimate.
Cria da equipe ‘Galpão da Luta’, onde treina ao lado de Jailton Malhadinho, Raffael buscaria uma vaga no UFC através do programa ‘Contender Series’. Mas com apenas uma ligação seu destino mudou, ao ser informado que ganharia uma via expressa para a liga presidida por Dana White. Sua estreia, além de ser do outro lado do mundo, veio logo em um card numerado. Todo este contexto, somado, fez com que o meio-pesado (93 kg) brasileiro sentisse a mudança de patamar na carreira, além da grandiosidade que é entrar em ação como atleta do Ultimate.
“A lição que ficou (da derrota) é aquela: às vezes na vida a gente dá um passo para trás para depois dar dois para frente. A experiência ali, era tudo muito novo para mim. Foram basicamente 12 anos da minha vida buscando aquilo ali (vaga no UFC). E em um dia eu iria para o ‘Contender’, no outro já iria para o UFC direto, já fazendo luta principal do card preliminar de um evento gigante e numerado. (…) Não senti pressão da luta, até porque mato um leão por dia para viver em Salvador. O que me pegou mais ali foi a emoção. De colocar o pé lá, algo que eu só via pela televisão. A gente imagina, mas quando você vive, é totalmente diferente. A emoção tomou conta de mim naquele momento. Mas pressão da luta mesmo, não senti”, relembrou o baiano.
Promessa de nocaute
Disposto a deixar sua primeira e, até então, única derrota para trás, Raffael tem grandes expectativas para seu próximo desafio. Neste sábado (22), no UFC Seattle, o brasileiro encara o atleta da Lituânia Modestas Bukauskas. Em sua segunda aparição no octógono, já mais habituado ao ambiente, ‘The Lion’ projeta um triunfo impactante via ‘especialidade da casa’: nocaute.
“Ando muito para frente. Às vezes gosto de dar um passo atrás e pegar (meu oponente) também. Não sou muito de desperdiçar golpe, de soltar soco no vento, de ‘ligar a metralhadora’, como a gente fala. Faço meu jogo mais cadenciado até para não errar e não gastar energia na luta. Sou mais cadenciado. Vou buscar o nocaute. Esse sábado agora eu vou para cima, buscando o nocaute, vou para lutar. Acompanhem!”, projetou Cerqueira.
Aos 34 anos, Raffael é dono de um cartel no MMA de 11 vitórias e apenas uma derrota. Sua trajetória na modalidade teve início em 2019. Ao contrário de Malhadinho, seu parceiro de equipe na ‘Galpão da Luta’, Cerqueira não é um grappler, e sim um especialista na trocação. E os números comprovam isso. Afinal de contas, de seus 11 triunfos na carreira, oito vieram por nocaute ou nocaute técnico.