Atleta do UFC há mais de uma década, Douglas SIlva de Andrade construiu boa parte de sua trajetória na organização entre os pesos-galos (61 kg). Mesmo consolidado na categoria, o brasileiro não descarta uma importante mudança na reta final de carreira. Afinal de contas, para atingir o limite estabelecido para competir atualmente, ‘D’Silva’, como é conhecido, precisa cortar quase 20 kg. De olho em um processo menos rigoroso com o próprio corpo, o lutador paraense admite, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, a possibilidade de migrar para os pesos-penas (66 kg).
Coincidentemente ou não, o próximo compromisso de Douglas no octógono mais famoso do mundo será ‘no meio do caminho’. Afinal de contas, o confronto diante de John Castaneda, programado para reforçar o card do UFC Vegas 103, neste sábado (1º), será disputado em um peso-casado de 63,5 kg. Apesar do acordo, o brasileiro garante que a bagagem de mais de 35 lutas profissionais no cartel fazem com que o processo de corte de peso seja mais controlado, mesmo partindo de um ponto inicial de massa corporal elevada.
“A média (de corte de peso) é essa. De 15 a 17 kg. Mas para essa vez, pegando lá no começo dos treinamentos mesmo, está dando uns 18 kg (perdidos), quase 19 kg. Isso na média. A gente sempre fica com um peso forte, tendo cuidado. Graças a Deus a gente se sente bem, está dando para fazer um bom trabalho. Mas pelo menos agora a gente já tem mais experiência, se adapta mais. Cada camp é um aprendizado. Muito tempo de selva”, destacou Douglas.
Planos para subir para os penas
Apesar da idade considerada avançada para a prática dos esportes de combate, Andrade não pensa em pendurar as luvas no curto prazo. Com a missão de ajudar cada vez mais financeiramente toda a sua família, Douglas quer prolongar sua estrada dentro do UFC. E esse futuro pode ser concretizado na divisão até 66 kg, já que o brasileiro abriu as portas para tal possibilidade. Caso realmente migre para a categoria de cima, D’Silva estaria priorizando, segundo o próprio, a saúde e o desempenho esportivo.
“Todo mundo fala para eu subir. Já lutei na categoria de cima, mas a gente busca lutar nessa. Mas realmente é uma missão. A gente tem o pensamento de subir de novo, vamos ver. Desde sempre esse foi um peso meio trabalhoso para mim. Os atletas de alto nível sabem disso. Não é fácil. Sempre foi ruim, hoje em dia não está mudando. O negócio pega mesmo (risos). Galera tira muito peso na loucura, tem que ter muito cuidado com isso, porque envolve a performance, tem pouco tempo para recuperar. Todo cuidado é pouco e crucial”, projetou o atleta de Castanhal (PA).
Além de Douglas, outros dois brasileiros entram em ação no UFC Vegas 103: Lucas Mineiro e Ricardo Carcacinha. Com problemas no corte de peso, Luana ‘Dread’ foi impedida de competir pela Comissão Atlética de Nevada e viu sua luta com Montana De La Rosa cair às vésperas do show. O ‘main event’ da noite fica por conta do embate entre Manel Kape e Asu Almabayev.