Neste sábado (31), Priscila ‘Pedrita’ encara Courtney Casey, no card do UFC Vegas 12, em busca de sua segunda vitória na organização. Após sentir o gosto da derrota em suas três primeiras lutas do Ultimate, a brasileira se recuperou ao nocautear Shana Dobson, em fevereiro deste ano. No entanto, os problemas já voltaram a aparecer na carreira da atleta, que teve de enfrentar duas doenças na preparação para o seu próximo confronto.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, ‘Pedrita’ revelou que contraiu tanto o vírus da COVID-19 quanto o da dengue durante o camp e sentiu muitos sintomas. Com isso, a lutadora pausou sua preparação para o duelo a fim de cuidar da saúde, e só retomou os treinos há duas semanas. No entanto, apesar do pouco tempo de treino e de ainda não estar se sentindo completamente recuperada, a brasileira destacou confiança de que conseguirá um nocaute diante da americana.
“Peguei COVID-19 e dengue dentro do camp. Fiquei bem mal de saúde, mas mesmo assim estou aqui, coração de guerreira não foge da luta. (Estou) 60%. Tive bastante sintoma, a dengue foi até pior do que a COVID, foi complicado. Fiquei muitos dias mal, com febre altíssima e voltava todos os dias no médico para verificar a plaqueta, que estava muito baixa. Lá pro dia 10, 12 comecei a me recuperar e ele me liberou para os treinos no dia 15 deste mês. Mas aqui é uma Pedrita avassaladora, uma Pedrita que anda para frente, caçadora, e seja o que Deus quiser, vai ser uma grande luta. Se a mão entrar, tenho certeza que ela cai. Treinei pouco mas treinei para isso”, declarou ‘Pedrita’.
Após encarar momento conturbado no início da carreira no Ultimate, ‘Pedrita’ revelou que passou por acompanhamento psicológico para lidar com a pressão que vivia. De acordo com a atleta, perder as três primeiras apresentações e ter que provar o seu valor na última luta antes da renovação do contrato mexeu com a sua cabeça. Apesar de ter conseguido melhorar a sua preparação mental ainda antes do confronto contra Shana, a brasileira segue trabalhando com os profissionais, pois, segundo ela, lutadores precisam manter constante acompanhamento.
“Fiz (acompanhamento) com as psicólogas do Clube de Regatas Vasco da Gama e com o Alan Magalhães, que é um grande hipnólogo que me ajuda muito na minha preparação mental. Isso foi uma das coisas que acredito que mais tenha me prejudicado, eu ainda não estava conseguindo me soltar em uma luta, como não me soltei na luta contra a Molly nem contra a Luana. Ainda estava travada dentro de mim, presa psicologicamente, entende?”, explicou a atleta, antes de comentar sobre a transformação que sofreu para o duelo contra Shana.
“E na luta contra a Shana consegui colocar essa Pedrita para fora. Aquele leão que estava enjaulado, sabe? Me libertei mentalmente. Depois da luta com a Valentina, sofri muitos problemas psicológicos, não estava pronta para lidar com aquilo tudo, então minha cabeça mexeu muito. E aquele leão virou um gatinho dentro da jaula. Então consegui na última luta. Quando dei por mim que: ‘Se perder eu estou fora’, eu falei: ‘É hora de transformar esse leão novamente, soltar a coleira dele’”, completou.
Recentemente, ‘Pedrita’ a companheira de equipe Jéssica ‘Bate-Estaca’ subir para a sua categoria, a dos pesos-moscas (57 kg). A atleta que também atua pela ‘PRVT’ estreou na divisão com o pé-direito, nocauteando a então primeira colocada no ranking Katlyn Chookagian e se colocando como uma das favoritas na fila para uma disputa pelo cinturão. Apesar de agora ser concorrente da parceira de treinos, ‘Pedrita’ afirma que ficou feliz com a chegada da amiga pois, dessa forma, está cada vez mais perto de alcançar seu sonho e de seu mestre.
“A Jéssica é minha irmã, minha amiga. Se eu estou aqui hoje é porque ela me ajudou muito. E quem sabe um dia eu chegue lá e a gente lute pelo cinturão, como é o nosso sonho, o sonho do nosso líder, ver duas ‘PRVT girls’ disputando o cinturão. Ele fala: ‘Olha, não tem corner, as duas vão lutar por si’. Imagina, vai ser um p*** orgulho para a gente, eu chegar lá e poder disputar o cinturão com ela. Ela sendo a dona e eu querer pegar, entendeu?”, declarou a lutadora, antes de dar a sua opinião sobre o que ‘Bate-Estaca’ deve fazer em um possível confronto contra Valentina Shevchenko, campeã da categoria.
“A Jéssica é agressiva, tem mão dura. Se ela souber entrar na hora certa ela vai derrubar a Valentina, tenho certeza disso. Agressividade, cair para dentro da Valentina, se der espaço, ela é muito técnica e rápida, veloz e forte também. Então ela precisa usar a agressividade que ela tem de sobra e eu tenho certeza que ela vai vencer essa luta”, completou.
Aos 32 anos, a atleta carioca acumula cartel com nove vitórias e três derrotas no MMA profissional. Curiosamente, todos os tropeços ocorreram no início de sua caminhada no maior evento de lutas do mundo, onde fará sua quinta apresentação neste sábado contra Courtney Casey.