Entrevistas

Preguiça questiona critério de pontuação em duelo com Gordon Ryan: “Ninguém entendeu”

No último sábado (17), Felipe Pena e Gordon Ryan protagonizaram o quarto capítulo de uma grande rivalidade com uma superluta na edição de 2024 do ADCC. E o duelo, como não poderia deixar de ser, foi bastante equilibrado, sendo decidido na prorrogação a favor de ‘King’. O critério de pontuação que rendeu o triunfo ao americano, entretanto, foi bastante questionado pelos fãs de grappling, assim como por seu rival, ‘Preguiça’, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight após o evento.

Depois de 20 minutos de investidas sem sucesso de ambas as partes no tempo regulamentar, a disputa foi para a prorrogação, onde ocorreu um movimento polêmico. Felipe derrubou Gordon, e quando o americano se levantou rapidamente para evitar ceder pontos, o brasileiro pulou para suas costas. No entanto, devido à condição escorregadia de ambos, o movimento não foi bem-sucedido, e Preguiça acabou com as costas no chão, o que garantiu a Gordon, na visão da arbitragem, os dois pontos necessários para vencer a luta e conquistar a vitória na superluta do ADCC. 

Apesar de não ter efetuado a queda, Gordon terminou a luta por cima, uma situação prevista nas regras do evento que assegurou sua vitória. Insatisfeito com o desfecho do combate, o brasileiro chegou a compartilhar o momento-chave da luta em suas redes sociais (veja abaixo ou clique aqui), questionando o mérito de Ryan. Com a rivalidade entre os dois empatada em 2 a 2, Preguiça abre as portas para uma eventual quinta luta.

Até agora não entendi esses dois pontos (para o Ryan). Acho que todo mundo, pelo pouco que vi na internet, ninguém entendeu também. Entrei na queda, tomei a iniciativa, cheguei nas costas e caí por baixo, não teve nenhuma ‘contra queda’, nenhuma puxada de guarda. Mesmo se ele (juiz) tivesse interpretado como puxada de guarda, teria que ser um negativo. Então realmente estou sem entender, mas não pensei muito porque já tinha acontecido, não tinha como voltar no tempo e ainda tinha lutas para fazer hoje (domingo). Acho que sim, né (tem que rolar a quinta luta). É uma rivalidade que acontece há bastante tempo, Gordon é um cara muito bom, com certeza um dos melhores. Me considero um dos melhores também. Foi uma luta dura, não tem porque não acontecer, quero competir por muito tempo ainda, então uma hora ou outra vai acontecer”, opinou Felipe.

Volta por cima e ouro no domingo

A superluta contra Gordon foi a terceira disputada por Felipe no sábado. Anteriormente, o brasileiro havia vencido as qualificatórias na categoria acima de 99 kg e se classificado para as semifinais – disputadas, com a decisão, no domingo. No dia seguinte, Preguiça precisou deixar o revés polêmico sofrido para Ryan no passado e focar no restante da competição. E, apesar de árdua, a missão foi concluída com sucesso, e o brasileiro faturou o ouro em sua divisão de peso ao finalizar Luke Griffith na final. Foi a segunda vez que Felipe conquistou o lugar mais alto do pódio no ADCC. Em 2017, no absoluto, o atleta também já havia se consagrado.

“Foi, (ouro) no absoluto de 2017 e agora nesse ano. É bastante diferente a sensação, cada título tem uma história ali por trás. É um gostinho diferente de 2017. Em 2017 foi meu primeiro título, acabei perdendo na final da categoria, então fui para o absoluto muito motivado, não tinha nenhum título ainda, meu sonho era aquele título. Foi muito bom. Hoje, sete anos depois, teve um gostinho um pouco diferente. O que passou muito pela minha cabeça foi silenciar todo mundo, os ‘haters’, a galera que fala muito na internet. Aconteceu bastante coisa recentemente, só queria conquistar o que sei que mereço para silenciar essas pessoas”, comparou Preguiça.

Aos 32 anos, Felipe Pena se consolida como um dos maiores representantes do grappling em atividade no mundo. Além das duas conquistas no ADCC, Preguiça já venceu o Mundial de Jiu-Jitsu com e sem quimono. Disposto a se manter ativo, o brasileiro já vislumbra um novo confronto diante de Gordon Ryan nos próximos meses.

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