Conan Silveira é líder da equipe American Top Team – Diego Ribas
No dia 15 de agosto, no UFC 252, Junior ‘Cigano’ e Jairzinho Rozenstruik vão fazer um confronto valioso para o futuro da categoria peso-pesado. Como ambos os lutadores vêm de derrotas, quem voltar a vencer, já se coloca novamente entre os principais candidatos na divisão. Além disso, esse duelo tem uma outra questão que chama a atenção: os dois são da mesma equipe, a American Top Team. Treinador principal do time e líder da ATT, Conan Silveira comentou essa situação e adiantou que não vai fazer parte do córner de nenhum dos dois, mudando sua rotina, já que normalmente estava ao lado dos dois em suas lutas.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o treinador adiantou que não teve problemas em tomar essa decisão de não estar no córner de nenhum dos dois. Segundo Conan, não seria ético fazer parte do córner de um lutador e preterir o outro que também está acostumado com sua presença. Entretanto, destacou que vai continuar mantendo o trabalho com os dois, principalmente na questão da organização das atividades.
“Não teve dificuldade nenhuma. É uma questão de ser justo. Não vou estar presente no córner e em nem alguns treinos, mas vou organizar tudo para os dois. Horário, parceiros, coachs, as aulas. Foi mais uma questão de ser justo, de ética. Não tem como ficar contra o Junior, nem contra o Jairzinho. Não seria algo confortável de fazer. Mas fora isso não tem estresse. Do lado do Jairzinho deve ficar o Mike, que já acompanha ele, e o King Mo. Já no lado do Cigano, o ‘Macarrão’ e o ‘Jucão’. Acredito que são ótimos treinadores e vai ser só aquele momento que não vou estar com eles. Gostaria que os dois ganhassem (risos)”, disse o brasileiro.
Apesar de não se envolver tão diretamente com os treinos dos dois envolvidos, Conan valorizou a quantidade de treinadores que a ATT possui e que ‘Cigano’ e Jairzinho não terão problemas para manter os treinamentos em alto rendimento. Silveira, inclusive, até admitiu a possibilidade dos dois treinarem juntos.
“Temos uma boa quantidade de treinadores. Isso não vai faltar (para eles), pelo contrário. Quem trabalha com cada um vai permanecer. Mas talvez participem de aula de grupo. Não é necessário esse negócio de espião, ver o que o outro está fazendo. Então (é possível) que eles façam aulas juntos, de wrestling, jiu-jitsu. Não será nada que vai conflitar para os treinos para a luta. Tanto um, quanto o outro são ótimos profissionais e não é uma situação nova para a gente. Já passamos por isso antes e não tem estresse”, explicou, antes de exaltar como a ATT lida com essa situação de atletas da equipe se enfrentarem e a postura de dar chances para todos.
“Vivemos numa velocidade grande de evolução e o diferencial da ATT é poder acompanhar isso tudo. Não temos medo de consertar o que está errado, não temos essa mentalidade de que time que está ganhando não se mexe. Se está ganhando, vamos ganhar mais, mexer, trocar. Temos essa ambição de criar experiências. Só vejo pelo lado positivo e quebra um pouco essa visão que as pessoas têm. Não tem como dar uma chance para um e não para o outro. Pego até de exemplo uma questão familiar. Você é um pai e tem dois filhos, para um você paga faculdade, ele se forma com sucesso. Na hora que chega para o segundo você diz que não vai pagar, porque já fez para o irmão dele. Como você não vai fazer isso? É mostrar para todo mundo que temos condições. É uma questão de estrutura, organização, ética e profissionalismo. Não vejo nada negativo. Vamos ter dois da mesma academia nas cabeças e vai dizer para um que não pode lutar pelo título? Não pode fazer isso. Você não tem esse direito. Somos muito justos da maneira de agir e sabemos que pela qualidade de atletas vamos passar por esse risco constantemente”, concluiu o técnico.