Nesta quinta-feira (12), foi realizado o leilão para definir qual empresa poderia promover o confronto entre Patrick Teixeira e o argentino Brian Castaño, válido pelo título super-meio-médio (69,8 kg) da Organização Mundial de Boxe (WBO). A ‘Golden Boy’, agenciadora do brasileiro e responsável original pelo duelo, venceu a disputa pela quantia de 427 mil dólares (cerca de R$ 2,3 milhões) e estabeleceu o dia 6 de fevereiro de 2021 como a data para o evento. Agora, a missão do catarinense é conseguir o visto americano a tempo, pois, caso contrário, seu posto de campeão mundial fica ameaçado.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Patrick Nascimento – agente do pugilista brasileiro – explicou que, caso o campeão não consiga resolver a situação do visto em 86 dias, período que o separa da data do confronto, ele perderá o título. De acordo com o manager, a equipe do atleta propôs à WBO que fosse realizada uma disputa de título interino para Castaño, mas a ideia foi negada pela entidade.
“Nós sugerimos para a Organização que fizesse o título interino para o Brian Castaño e não tirasse o título do Patrick, até porque não é algo que é culpa nossa, e sim culpa da pandemia, da situação. Não é algo que a gente pode resolver. Caso o Patrick não consiga tirar o visto e não possa lutar, eles querem tirar o título do Patrick, deixar ele como número um do mundo, mandatório e deixar o Castaño que é o número um lutar contra o número dois. E quem ganhar lutaria com o Patrick”, destacou o agente.
Normalmente, cada cidadão tem direito a apenas um pedido de emergência por ano para retirar o visto, e Patrick Teixeira realizou o seu em junho passado. Após isso, uma nova solicitação só pode ser realizada quando o consulado americano reabrir, o que provavelmente só ocorrerá em 2021. No entanto, apesar do difícil momento, Nascimento afirmou que os advogados da ‘Golden Boy’ foram acionados e destacou seu otimismo com a possibilidade do campeão lutar em fevereiro.
“Pelo que o consulado tinha comunicado, para conseguir o visto de emergência precisaria de uma autorização do Departamento de Segurança Interna (DHS), e os advogados já estão trabalhando nisso, para conseguir essa carta. Aí já agendaria e em dois dias estaria com o visto”, revelou Patrick Nascimento, antes de comentar sobre a possibilidade da luta acontecer em solo brasileiro, onde o campeão não enfrentaria problemas para comparecer.
“Na verdade até poderia fazer a luta aqui no Brasil, só que é muito burocrática essa questão de dinheiro, televisão. No Brasil, o pessoal prioriza mais o futebol, aí para fazer o evento tem que ser nos Estados Unidos mesmo. A nossa intenção é fazer a próxima defesa do Patrick aqui. É que o adversário é muito duro, um ex-campeão do mundo, então para pagar um adversário desse escalão é meio complicado de fazer no Brasil”, finalizou.
Único brasileiro campeão mundial de boxe, Patrick acumula 31 vitórias, sendo 22 por nocaute, e apenas uma derrota em sua carreira. A última vez que o brasileiro se apresentou foi em novembro de 2019, justamente quando conquistou o título mundial diante de Carlos Adames, em Las Vegas (EUA). Por sua vez, Brian Castaño soma 16 triunfos e um empate em seu cartel. O atleta de 31 anos também não se apresenta desde novembro do ano passado, quando derrotou Wale Omotoso.