Campeões dos torneios do UFC 6 e 7, respectivamente, Oleg Taktarov e Marco Ruas fizeram história nos primórdios do que hoje é considerado o maior evento de MMA do mundo. O brasileiro, com seu jogo completo, é visto como um dos pioneiros do que viria a se tornar o MMA moderno, enquanto o russo foi, em seu auge, um dos lutadores mais difíceis de se vencer, especialmente por conta de seu grappling de alto nível e poder de absorção de golpes.
Mesmo amparados por essas credenciais, ambos não fazem parte ainda do Hall da Fama do UFC, que na ala dos ‘pioneiros’ já conta com 17 representantes, entre eles: Royce Gracie, Ken Shamrock e Dan Severn, contemporâneos de Taktarov e Ruas. A ausência dos veteranos é bastante sentida pela comunidade das lutas e muitos cobram a reparação por parte da organização presidida por Dana White. E a expectativa por uma introdução das duas lendas do esporte no seleto grupo não fica por conta apenas dos fãs.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Oleg Taktarov elogiou o trabalho de reconhecimento ao passado feito pelo UFC, mas admitiu que torce para que seu nome e o de seu antigo rival sejam incluídos no Hall da Fama no futuro. O russo ainda brincou e impôs como condição para aceitar sua vaga, caso seja homenageado, que o brasileiro também seja nomeado.
“Eu acho que nós devíamos estar lá juntos, ao mesmo tempo. Se me oferecerem para entrar no Hall da Fama, eu vou dizer: ‘Eu não vou entrar lá sem o Marco’. É isso. (Ou entramos) Juntos ou eu não vou. Eu sei que o UFC agora está encarando mais a história, e você não pode apagar a história. Você tem que respeitar a história. E eu estou feliz que eles relembram de todos os lutadores e eu realmente espero que eles virem seus olhos para Marco, o campeão do UFC 7, e para mim, o campeão do UFC 6”, declarou Oleg Taktarov.
Carioca, Marco Ruas iniciou sua carreira quando o esporte ainda era chamado de ‘Vale Tudo’ e os lutadores competiam para defender suas artes marciais de origem, a fim de descobrir qual era a melhor. Apesar disso, o ‘Rei das Ruas’ – com um pensamento visionário – optou por se aperfeiçoar em diversas modalidades, se tornando um lutador completo em todas as áreas, capaz de se virar na luta em pé ou no chão.
Através do seu jogo completo, incomum para a época, Marco Ruas conquistou o torneio do UFC 7, em setembro de 1995, ao vencer na mesma noite três oponentes: Larry Cureton, Remco Pardoel e Paul Varelans, os dois primeiros por finalização e o último por nocaute técnico. Três meses depois, no ‘UFC: The Ultimate Ultimate’, o carioca cairia nas semifinais, em derrota polêmica para Oleg Taktarov, por decisão dos juízes.
Os dois ainda voltariam a se enfrentar cerca de um ano depois, desta vez no Brasil, no evento ‘World Vale Tudo Championship 2’. Apesar de dominar as ações durante os 30 minutos de combate, Marco Ruas novamente sofreu com uma decisão controversa, com o empate sendo decretado como resultado oficial.