O UFC Vegas 40, marcado para acontecer neste sábado (16), trará como atração principal o duelo entre a brasileira Norma Dumont e a americana Aspen Ladd, válido pelo peso-pena (66 kg) feminino. A escolha da organização por um confronto desta divisão para liderar uma edição – sem que o cinturão esteja em jogo – pode causar estranheza, principalmente levando-se em conta as incertezas em relação ao futuro da categoria, mas, na visão da lutadora mineira, pode representar o início de tempos mais promissores para a classe de peso.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (veja acima ou clique aqui), Norma falou com otimismo sobre o futuro do peso-pena feminino no UFC e apostou em uma possível mudança de patamar da divisão em um futuro não tão distante, com a chegada de nomes importantes para ajudar a afastar definitivamente o fantasma de uma extinção da categoria. Vale lembrar que a continuidade da divisão esteve sob risco nos últimos tempos e a classe de peso conta, atualmente, com poucas lutadoras sob contrato, o que impede inclusive que a organização seja capaz de montar um ranking para a categoria.
Além das atletas que fazem parte do plantel atual da categoria, capitaneadas pela campeã Amanda Nunes, a mineira projeta a subida em definitivo de algumas lutadoras que recentemente demonstraram dificuldade para se enquadrar no limite de peso da divisão dos galos (61 kg), como a própria Aspen Ladd, sua adversária neste sábado. Outro importante reforço que poderia se estabelecer definitivamente no peso-pena seria a ex-campeã peso-galo Holly Holm, que estava originalmente escalada para enfrentar Norma Dumont na luta principal do UFC Vegas 40, e com quem a brasileira já projeta uma possível disputa de cinturão interino no futuro.
“Com a Aspen (Ladd) não batendo o peso, mesmo antes de casar a luta dela comigo, eu já falei: ‘Cara, é um excelente nome para a divisão’. Porque a Aspen tem nome, é uma atleta interessante, tem um cartel de 9-1, é uma atleta bem interessante para lutar na divisão de cima. Já é a terceira vez que ela não bate o peso de baixo (peso-galo). Ela subindo, ela traz a graça para a divisão de cima. Então, nós teríamos hoje – não sei quais são os planos da Holly (Holm), mas ela está lá – Holly, eu, Felicia (Spencer), Aspen, a francesa (Zarah Fairn dos Santos) e a Danyelle (Wolf), que ainda não estreou. Mas a gente já teria nomes interessantes para fazer lutas interessantes. O UFC, até então, parece que deu uma motivada, deu uma empolgada”, comentou Norma, antes de continuar sua análise.
“Sem contar que a gente está vendo com uma certa frequência atletas da divisão de 135 não batendo o peso, como a Ketlen Vieira, que não bateu na última luta, a Irene Aldana, não bateu na última. Pode ser que, ao longo do tempo, essas atletas tenham que subir também. Então, eu acredito que o UFC viu talvez uma esperança de deixar a divisão em pé. E essas atletas, futuramente, eu acredito que vão começar a subir todo mundo. Tem a Julija (Stoliarenko) também, que desmaiou na balança há pouco tempo. As atletas que lutam pouco porque não conseguem bater o peso com frequência precisam ter confiança na divisão de 145 para começar a subir. E eu acho que o momento é agora”, concluiu.
O otimismo de Norma Dumont sobre o futuro da divisão dos penas pode ganhar ainda mais força nos próximos meses, caso se concretizem os rumores de uma possível transferência da norte-americana Kayla Harrison – que encerra seu contrato com o PFL ao final desta temporada – para o UFC. A ex-judoca, bicampeã olímpica, é uma das principais estrelas do MMA feminino na atualidade e chegaria no Ultimate, onde provavelmente competiria no peso-pena, com a expectativa de se tornar um dos grandes nomes da organização.