Originalmente escalada para enfrentar a veterana Holly Holm na luta principal do UFC Vegas 40, que será realizado neste sábado (16), Norma Dumont viu sua adversária se lesionar e ser substituída de última hora pela jovem Aspen Ladd. Além de influenciar nos ajustes táticos feitos pela brasileira durante sua preparação, tendo em vista que as duas norte-americanas possuem características físicas e técnicas distintas, a troca de oponente também interfere nos planos futuros da atleta mineira.
Em um bate-papo exclusivo com a reportagem da Ag Fight (veja acima ou clique aqui), Norma admitiu que, caso conquistasse uma vitória convincente sobre Holly Holm, já consideraria a possibilidade de pleitear uma disputa pelo título peso-pena (66 kg) do UFC. Porém, com a troca repentina de adversária, e tendo agora pela frente uma rival menos renomada, ainda que de considerável destaque dentro da organização, a brasileira enxerga a necessidade de, mesmo saindo vencedora do duelo deste sábado, se testar contra uma atleta de maior gabarito antes de buscar o ouro da divisão.
A lutadora mineira – que após sua última vitória, em maio deste ano, já havia manifestado o desejo de ganhar mais experiência antes de desafiar a campeã Amanda Nunes, pelo título até 66 kg do UFC – entende também que, tanto ela, como a divisão, não podem ficar ‘reféns’ da baiana e de seus planos para o futuro, principalmente considerando que, além do compromisso de defender os cinturões peso-galo e peso-pena, a ‘Leoa’ pode ser escalada para protagonizar uma superluta contra outra estrela da companhia. Por isso, Norma sugere que seja criado um cinturão interino para a categoria, que seria disputado por ela, em caso de vitória neste sábado, e a própria Holly Holm.
“Se eu vencesse a Holly (Holm) com tranquilidade, sim, eu pediria (a disputa de) o cinturão imediato. Porque faria sentido. A Holly é ex-campeã, acho que está em segundo (no ranking), acho que a (Germaine De) Randamie está em primeiro na divisão de 61 (kg). É uma atleta de nome, experimentada, experiente. Com a Aspen (Ladd), eu já não vejo um pulo tão alto porque eu, Norma, gostaria de enfrentar (antes) uma Germaine De Randamie, uma Holly Holm. Inclusive, a ideia da luta contra a Holly Holm era exatamente essa, experimentar lutar contra uma atleta muito mais experiente, muito mais testada, uma ex-campeã, uma estrela. A Aspen também é uma atleta muito dura, uma atleta conceituada, mas obviamente não tem o mesmo brilho, a mesma experiência, que a Holly Holm tem”, explicou Norma, antes de completar.
“Ainda tem essa questão que a gente não sabe como estão os planos da Amanda (Nunes). A Amanda está para defender o cinturão (peso-galo) em dezembro, depois eu já vi o Dana White falando de uma possível superluta dela contra a Valentina (Shevchenko), e aí eu vou ficar esperando? Eu não sei quais são os planos, não sei se essa luta dela contra a Valentina vai acontecer, e não sei quais são os planos do UFC. Se, por exemplo, essa luta contra a Valentina for acontecer, esse tempo de um ano parado (o título dos penas), eu acho que para a gente não deixar a divisão morrer, seria interessante fazer talvez um (cinturão) interino. Bota eu e a Holly no início do ano para fazer um interino da divisão. Para movimentar, para chamar a atenção. E quem ganhar disputa com a Amanda no final do ano (que vem)”, sugeriu a mineira.
No MMA profissional desde 2016, Norma Dumont soma seis vitórias e apenas uma derrota em seu cartel. Revés este sofrido justamente em sua estreia no UFC, em fevereiro do ano passado, ao ser nocauteada pela australiana Megan Anderson. Desde então, a mineira se recuperou e engatou dois triunfos consecutivos na liga, superando Ashlee Evans-Smith e Felicia Spencer, respectivamente.