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Nikolas Motta na pesagem do UFC Vegas 84.
O brasileiro citou Diego Lopes como exemplo de superação e ser seguido dentro do UFC - Louis Grasse/PxImages

Entrevistas

Nikolas Motta cita Diego Lopes como inspiração e cogita convidá-lo para seu corner no UFC China

Alternando resultados positivos e negativos desde que ingressou no Ultimate, em fevereiro de 2022, Nikolas Motta entra em ação neste sábado (23), no UFC China, em busca da sua primeira sequência de vitórias no octógono mais famoso do mundo. E, para buscar a almejada estabilidade para a carreira dentro da organização, o brasileiro se inspira em um compatriota que está em alta na liga: Diego Lopes.

Em entrevista exclusiva à Ag Fight, Nikolas elegeu Diego como um exemplo de superação ao relembrar um encontro com o brasileiro radicado no México. Naquela oportunidade, a atual sensação dos pesos-penas (66 kg) sequer havia garantido um contrato com o UFC e batalhava para não abandonar seus sonhos e conseguir se manter no mundo das lutas. Agora fenômeno de popularidade e candidato a futuro campeão, o ‘franja’ se tornou uma espécie de espelho para Motta, que visa pleitear seu espaço de destaque dentro do peso-leve (70 kg).

A relação amistosa entre os dois permite, inclusive, que ‘Iron’, como é conhecido, cogite realizar uma proposta inusitada para seu combate no UFC China. Afinal, curiosamente, Diego estará presente em Macau como atleta convidado pela companhia para o evento. Com uma vaga sobrando em seu corner para a luta contra Maheshate Hayisaer, Nikolas admite a possibilidade de solicitar uma ajuda de última hora para o compatriota.

A gente tem um exemplo bom (de superação) aí, o Diego Lopes. Eu vi que ele vai vir para cá, para Macau (como atleta convidado). Estou com uma vaga no meu corner, estava até pensando em talvez colocar o Diego, porque teve um dia que nunca esqueço. A gente estava, os dois estavam em momentos difíceis da nossa vida. Parecia que seria impossível ele entrar no UFC, o visto dele já estava vencendo. A gente teve um almoço, até tiramos uma foto juntos. Agora vejo que tudo deu certo (para ele), é maneiro demais. Ele está com aquela aura igual a do José Aldo no auge, tudo que ele faz dá certo (risos). Então vou só encostar meu braço no dele para pegar um pouco (dessa energia). Pensei nisso (dele ser meu corner), até mandei uma mensagem para ele”, relembrou Motta.

Importância do aspecto mental

Aos 31 anos e com mais de uma década de carreira como profissional de MMA, Nikolas já viveu altos e baixos em sua trajetória. Com uma bagagem maior, o brasileiro hoje pontua a importância da preparação mental para otimizar resultados dentro do octógono. No passado, o atleta de Minas Gerais chegou a duvidar do próprio potencial. Mas hoje compreende que o lado psicológico tende a ser determinante e usa isso a seu favor.

“Acho que (esse jogo) é muito mental. Sempre fui muito focado, mas tem que ter um equilíbrio, às vezes eu perdi esse equilíbrio. Estava vendo um documentário da Fórmula 1 dizendo que ‘o atleta é a mente’. O corpo é só (uma ferramenta). É tudo mental. Aí apareceu uma cena do Ayrton Senna. Nós, brasileiros, somos diferenciados. Algumas das vezes que perdi, estava colocando muita pressão em mim mesmo. Meu braço estava mais rígido, não estava relaxado. Nas vezes que consegui acertar esse ponto, eu venci. Isso faz diferença (…) Em vários momentos pensei: ‘Talvez não vá conseguir’. Em vários momentos também eu pensei em desistir, e tive que continuar seguindo em frente. Isso que é o mais importante, continuar em frente”, destacou.

O combate de Nikolas abre o card do UFC China. Em caso de vitória, o brasileiro chegará a duas vitórias seguidas na companhia – algo até então inédito. Além dele, o Brasil conta com outros três representantes, todos em ação no card principal do evento: Gabriella Fernandes, Tabatha Ricci e Deivison Figueiredo, este último que encara Petr Yan na luta principal.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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