Em busca de sua quarta vitória consecutiva no Ultimate, Renato Moicano subirá no octógono do UFC Paris na condição de inimigo número um dos franceses no evento deste sábado (28). Escalado para enfrentar o atleta da casa Benoit Saint Denis na luta principal do terceiro show promovido pela entidade na França, o peso-leve (70 kg) brasileiro parece consciente do ambiente – provavelmente desfavorável – que encontrará na ‘Accor Arena’, mas não se mostra preocupado.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Renato Moicano minimizou as chances de uma possível interferência da torcida francesa no desenrolar do combate contra Benoit Saint Denis no UFC Paris. Mesmo ciente do apoio maciço dos fãs ao seu oponente e, consequentemente, das prováveis vaias que receberá durante a disputa, o lutador brasiliense se mostra confiante em um bom resultado.
“Estou pronto para vencer. Estou pronto para chocar aqui os caras. A gente sabe, o evento é totalmente favorável ao cara, vai estar lotado aqui, na França, Paris. Mas vou para cima dele, sou melhor que ele e vou vencer”, afirmou o atleta da equipe ‘American Top Team’.
Acostumado a ser ‘estraga festa’
A tranquilidade e confiança do brasileiro diante da perspectiva de encarar as vaias e xingamentos de uma torcida apaixonada, como é o caso dos franceses, pode ser explicado pelo histórico do lutador natural de Brasília (DF). Residente dos Estados Unidos há alguns anos, Moicano está acostumado com a ser hostilizado pelos fãs americanos quando enfrenta rivais locais. Mais do que isso, o peso-leve do UFC aproveita bem as oportunidades que tem de exercer o papel de ‘estraga festa’, como espera que aconteça novamente neste sábado.
O brasiliense inclusive recordou alguns dos principais momentos em que enfrentou a torcida contra no Ultimate. Uma delas, na verdade, ocorreu no seu próprio país natal. Em 2019, ainda no início de sua trajetória no principal evento de MMA do mundo, Renato enfrentou o ícone do esporte brasileiro José Aldo – ex-campeão peso-pena (66 kg) e Hall da Fama do UFC. Já consagrado à época, o manauara contou com o apoio da maior parte do público, tornando Moicano o atleta ‘visitante’.
“Como eu sou brasileiro e estou morando nos Estados Unidos, a maioria das vezes eu luto na casa do adversário. Mas uma que eu me lembro que foi bem ‘estraga festa’ foram duas (na verdade). Uma do Jeremy Stephens, que foi no Missouri, minha primeira luta nos Estados Unidos, realmente a torcida estava toda contra. A do Calvin Kattar também. Só que ele era de Boston e a gente estava lutando em Nova York, mas a torcida também estava bastante contra. O próprio José Aldo quando eu lutei (com ele), a torcida estava bastante contra no Ceará. Só que igual vai ser aqui, eu acho que nunca teve”, recordou Moicano.
Aos 35 anos, Renato Moicano vive uma de suas melhores fases na carreira. Dentro do octógono, o lutador brasileiro vem de uma boa sequência positiva – com três vitórias consecutivas – e uma vaga no top 15 do ranking peso-leve do UFC consolidado. E, fora do cage, o atleta da ‘American Top Team’ utilizou sua inteligência para notar uma tendência de mercado e mudar a forma como trabalhava sua imagem pública, garantindo um salto de popularidade dentro da comunidade do MMA.