Na luta mais importante de sua carreira até então, Mayra Bueno Silva não pôde competir em sua plenitude durante boa parte do confronto. Isso porque a brasileira revelou, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, que rompeu parcialmente o tímpano esquerdo no início do segundo assalto do duelo contra Raquel Pennington, que co-liderou o UFC 297 do último sábado (20). Após ser derrotada pela rival americana e perder a oportunidade de se tornar campeã peso-galo (61 kg), ‘Sheetara’ lamentou o desfecho do combate que, segundo a própria, foi diretamente afetado por sua lesão.
De acordo com a lutadora brasileira, a lesão no tímpano afetou sua noção de equilíbrio corporal e, consequentemente, sua estratégia para a luta. O plano de jogo de Sheetara no confronto pelo cinturão era, a princípio, manter a luta em pé. No entanto, a contusão fez com que Mayra precisasse ‘sobreviver’ dentro do octógono e, para isso, buscou o jogo do grappling – luta agarrada. Apesar de não ter sido finalizada nem nocauteada, a atleta mineira foi superada na decisão unânime dos juízes ao final dos cinco rounds programados para a disputa.
“Assisti (a luta) umas três vezes. Não fiquei feliz com a performance, foi muito aquém daquilo que tenho apresentado. Estou muito triste com tudo que aconteceu. Fiz um primeiro round impecável e infelizmente acabei sofrendo um golpe que me tirou da luta, e eu só sobrevivi dali para frente. Tomei um ‘overhand’ e ele rompeu parcialmente meu tímpano e eu perdi a noção de equilíbrio. Eu dizia para meus corners: ‘Estou tonta’. Não consegui impor meu jogo, que era luta em pé. Busquei a luta agarrada para não levar mais pancada, porque já estava muito tonta (…) Infelizmente esse golpe me custou a luta, todos viram o primeiro round que fiz. Depois, logo no início do segundo, já estava sem chão, não consegui mais lutar, só sobrevivi”, lamentou a brasileira.
Previsão de retorno incerta
Logo após a luta, Sheetara passou por exames da comissão médica do UFC, que confirmaram a lesão no tímpano. Por se tratar de uma região sensível e que, a princípio, volta à normalidade sozinha – sem necessidade de nenhum procedimento -, a data para um possível retorno da brasileira à ativa segue incerta. Enquanto isso, Mayra repousa e faz uso dos medicamentos que lhe foram recomendados.