Lutador profissional de MMA desde 2010, Matheus Nicolau nunca antes havia sido derrotado em dois combates consecutivos. E até por isso, os mais recentes tropeços ligam um alerta para a carreira do brasileiro. Ciente do momento delicado, o peso-mosca (57 kg) se apega no trabalho duro para se blindar mentalmente e retomar o caminho das vitórias dentro do Ultimate. Na ‘corda bamba’, como o próprio descreveu, e em busca de redenção no octógono mais famoso do mundo, Matheus encara Asu Almabaev no UFC Vegas 99 deste sábado (19).
Atleta da Nova União, no Rio de Janeiro, Nicolau decidiu mudar de ares durante esse camp de treinamento e realizou sua preparação na Califórnia (EUA), na ‘Team Oyama’. Com uma nova filosofia e parceiros de treino, Matheus quer, além de defender sua posição no ranking, voltar a olhar para os tops da categoria. Atualmente, o brasileiro é o sétimo colocado entre os pesos-moscas, enquanto seu rival, Almabaev, desponta na 14ª posição.
“A melhor coisa para se blindar em qualquer situação é o trabalho duro. A partir do momento que fiz tudo que tinha que ser feito no treino, isso me dá uma tranquilidade de que não importa o cenário que estou, fiz o que tinha que ser feito. Vou em paz para a guerra. Obviamente, sou um cara muito realista comigo mesmo. Sei o cenário que estou vivendo, sei que estou ‘na corda bamba’, vindo de duas derrotas, por mais que esteja bem ranqueado. Mas no MMA tudo muda muito rápido. É uma vitória que te coloca de volta (lá em cima). Uma boa vitória me coloca de volta ali entre os tops. Mas estou focado em performar, dar meu melhor, aproveitar a luta e, consequentemente, conquistar a vitória”, destacou o atleta de Belo Horizonte (MG).
Rendimento melhor sob pressão
Para além da blindagem mental, Matheus aparentemente tem um trunfo a seu favor em momentos delicados: um rendimento esportivo acima da média. De acordo com o próprio, em outros cenários passados de extrema pressão na carreira, seu desempenho foi positivo nos combates seguintes. Ciente da ameaça que pode sofrer em caso de um terceiro revés consecutivo no Ultimate, o brasileiro almeja ter o braço erguido neste sábado para respirar aliviado na empresa.
“Sou muito realista, sei que estou vindo de duas derrotas, na corda bamba ali. Mas no UFC, na verdade, você nunca está tranquilo. Eu acho, inclusive, que performo melhor quando não estou nada tranquilo, quando estou nessas situações mesmo de perigo. Foi assim quando entrei para o TUF, que era a oportunidade da vida, foi assim na primeira luta no UFC, assim quando voltei para o UFC. O UFC tem mostrado que estamos sempre na corda bamba. A gente vê o caso do Mokaev, invicto, 7-0, e não renovou. Temos que estar sempre fora da zona de conforto, pensando que estamos no perigo, porque de fato a gente está. Estou em um momento mais delicado, mas analisando tudo, acho que não muda muito, sempre vai haver uma pressão. Estou indo em paz para a guerra”, relembrou Nicolau.
Ex-membro do top 5 do ranking, Matheus busca se aproximar novamente do pelotão de elite dos moscas para, futuramente, pleitear um sonhado ‘title shot’ na organização. Até o momento, o mineiro de 31 anos acumula um cartel no MMA profissional de 19 vitórias, quatro derrotas e um empate.