O UFC 257 é aguardado com bastante expectativa pelos fãs não só por ser o primeiro evento numerado da organização na temporada 2021, como também por ter a revanche entre Conor McGregor e Dustin Poirier como ‘main event’. No entanto, a atração que vai acontecer no dia 23 de janeiro, na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), apresenta diversos combates importantes. Um deles é o encontro entre as brasileiras Amanda Ribas e Marina Rodriguez, que pode modificar a parte de cima do ranking do peso-palha (52 kg) da companhia.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Marina garantiu que o fato de estar escalada para atuar em um evento tão grandioso como o UFC 257 não a iludiu e frisou que seu foco está apenas no duelo contra Amanda. A gaúcha analisou a luta contra a rival, garantiu estar preparada para o desafio que tem pela frente e comemorou o fato de não ter uma ‘wrestler’ em seu caminho. Como a atleta da ATT expressou o interesse em se testar na trocação contra uma especialista na área, a número oito no ranking do peso-palha incentivou a adversária, abraçou o desafio e pediu para a mesma não mudar de ideia.
“A expectativa está no camp que eu fiz, no treinamento completo e estou me sentindo muito bem e confiante. É claro que o show será diferente por conta da luta principal, mas meu foco é no que preciso fazer dentro do octógono. O que acontece em volta não me deslumbra. Nessa luta, vou conseguir mostrar minha trocação. Acredito que não terá tanto a parte agarrada. Amanda vai querer com certeza, mas sempre treino para fazer todas as lutas em pé. Me vejo mais evoluída com o camp completo. Amanda disse muitas vezes que quer testar a trocação dela. Não vou duvidar. Se ela quiser trocar, que venha, porque vai ser um show de luta e o público tem a ganhar. Ela que venha com a ideia, mas que venha com a vontade também, né? Só falar não dá, tem que subir e fazer o que está querendo. O que ela está falando, tem que subir e fazer. Será um lutão!”, declarou Marina.
Apesar de Marina ser um bom nome no peso-palha e estar entre as dez melhores da categoria, para o atual duelo, é Amanda quem domina os noticiários. Contudo, a diferença de tratamento não abalou a gaúcha. Pelo contrário, a atleta contou que prefere ser “ignorada”, já que assim consegue treinar melhor. A especialista em muay thay também lembrou que o cenário não é algo novo em sua carreira e sim frequente e ressaltou que não está no esporte para ser popular.
“Essa parte da mídia, praticamente, em quase todas as minhas lutas o foco principal sempre foi nas minhas adversárias. Eu não me importo muito com isso. É até melhor que me deixem esquecida, posso trabalhar quietinha, sem muitas distrações. Prefiro focar no que tenho que fazer no octógono, que é o mais importante. Sei que ela está vindo de bons resultados, está crescendo no UFC, está com muita fama, mas, para mim, não faz diferença. Não me importo com o que acontece fora do octógono”, informou.
Para boa parte dos fãs, o peso-palha é a melhor categoria do MMA feminino, uma vez que apresenta uma variedade de atletas de alto nível, e Marina concorda com o status dela. A gaúcha elogiou o top-5 da classe e indicou que uma boa vitória diante de Amanda poderia levá-la para o topo do ranking. Sobre seu futuro no UFC, a lutadora citou Joanna Jedrzejczyk como adversária ideal ou qualquer uma posicionada acima dela na tabela de classificação.
“Essa categoria é uma das mais disputadas, tendo em vista que as cinco primeiras são lutadoras experientes e muito boas. Fazer uma grande luta, vencer de forma expressiva, com certeza vai alavancar posições para mim no ranking. Estarei entre as primeiras. Há muita disputa, mas também há alguma bagunça, porque tem muita gente machucada e assim fica difícil casar lutas até mesmo para disputar o cinturão. Enfrentar a Joanna com certeza seria fantástico. Não descarto. Se você me perguntar contra quem quero lutar, vou dizer contra todas que estão na minha frente. Se pintar uma chance pelo cinturão, podem me colocar, porque estarei pronta também”, concluiu.
Marina Rodriguez assinou com o UFC após ser revelada pela edição brasileira do reality ‘Dana White Contender Series’, realizada em 2018. Pela organização, a brasileira disputou cinco lutas, venceu duas, empatou também duas e perdeu uma. Inclusive, o revés para Carla Esparza por decisão dividida, em julho de 2020, tirou a invencibilidade da gaúcha no MMA. Os triunfos mais marcantes da atleta no esporte foram diante de Tecia Torres e Jessica Aguilar.