Entrevistas

‘Maluko’ admite má fase no UFC e mostra insatisfação: “Me tornei um atleta medíocre”

Não é à toa que o UFC é conhecido por ser a principal organização de MMA do mundo e, sendo assim, exige de seus atletas algo mais no esporte. Inúmeras promessas da modalidade encontraram dificuldades na companhia presidida por Dana White e não confirmaram o conhecido ‘hype’. O brasileiro Markus Perez é um desses profissionais que busca se encontrar na empresa – no evento desde 2017, foram quatro derrotas em seis lutas disputadas.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, ‘Maluko’, como o atleta é conhecido, mostrou toda sua insatisfação com o atual momento de sua carreira. Sincero, o lutador admitiu que precisa melhorar o nível de atuação para justificar sua contratação pelo UFC e classificou seu desempenho como medíocre. Vale lembrar que o brasileiro chegou a ser campeão do peso-médio (84 kg) do LFA. Markus também explicou que a má fase não se originou por falta de dedicação nos treinos. Inclusive, o paulista garantiu ser superior aos seus carrascos na companhia, mas indicou que o fato de lutar para dar show prejudicou sua trajetória.

“Para as pessoas, o importante é quem tem a mão levantada no final da luta e aprendi bem nesses tempos. No UFC, me tornei um atleta medíocre, para baixo de medíocre. Não sei o que aconteceu. Se você pega os atletas que lutei, nenhum deles é melhor do que eu, em nada. Os caras que eu perdi são melhores em que? Se você me vê treinando com eles, vou bater em todos e aí na luta perco por causa de sorte? É óbvio que teve estratégia e eles ganharam nesse tipo de jogo e eu perdi, porque eles pensavam mais na vitória do que eu. Eu pensava em dar show, nos bônus e isso atrapalhou muito minha carreira no UFC. Tenho que pensar que minha mão será levantada no final da luta. Não quero ver meu adversário assim. Isso foi uma coisa que pegou forte e aprendi da pior forma”, declarou ‘Maluko’.

O próximo adversário de Markus será Dalcha Lungiambula, no dia 20 de janeiro, na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi, em duelo válido pelo peso-médio e crucial para sua permanência no UFC. Originalmente, o congolês enfrentaria Isi Fitikefu pelos meio-pesados (93 kg). ‘Maluko’ analisou os pontos fortes e fracos do oponente e indicou que a estreia dele na categoria e o tempo parado do mesmo (não atua desde 2019) podem afetá-lo.

“Dalcha é um striker. O ponto positivo é ser um cara explosivo, que tem a mão pesada, é forte, tem bastante massa muscular e o ponto negativo é não ser um lutador completo. Ele não tem jiu-jitsu, não tem wrestling. Ele tem algumas quedas de judô, mas é mais na força bruta. Ele vai fazer a primeira luta nos médios. Não sabemos como será o aproveitamento dele nessa categoria, como ele vai se sentir. Ele ia lutar nos meio-pesados, não aconteceu e resolveu descer faltando três semanas para a luta. Não sei como ele vai lidar com isso e com o tempo parado. Espero que ele esteja bem, preparado para a luta. Meu foco é um só: ganhar e sair com a mão levantada, não importa o que eu tenha que fazer”, pontuou.

Ao analisar o embate com Dalcha, ‘Maluko’ prometeu ser um lutador mais estratégico no octógono. Ao mesmo tempo, o brasileiro adiantou que não vai ficar na defensiva e indicou explorar a área que lhe deixa mais confortável. Atualmente, Markus é um homem em uma missão e está disposto a fazer de tudo para voltar ao caminho das vitórias.

“Eu serei inteligente. O atleta que você vai olhar no octógono será inteligente. Se eu perceber que alguma coisa me dá uma maior probabilidade de ganhar, farei o que me dá mais chance. Vou começar lutando, estudando meu adversário, jogando armadilhas para ver qual que é a dele e quando eu descobrir, vou entrar que nem um predador, quando ele identifica a presa. O que eu tiver que fazer para ganhar, vou fazer. Trocação, finalização, qualquer coisa para vencer”, concluiu.

Markus ‘Maluko’ iniciou sua caminhada no MMA em 2013 e de forma avassaladora. O brasileiro venceu as dez primeiras lutas que disputou, conquistou o cinturão do peso-médio do LFA em 2017 e chamou a atenção do UFC. No mesmo ano, o paulista perdeu sua estreia na organização e ainda não emplacou uma sequência de vitórias. Sua última atuação aconteceu em outubro, quando foi nocauteado por Dricus du Plessis.

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