Cada vez mais, o UFC se torna uma junção de mérito esportivo e capacidade de gerar entretenimento. Paulo Costa sabe muito bem disso e consegue explorar essa dinâmica como poucos no MMA profissional. Ex-desafiante ao cinturão dos pesos-médios (84 kg) e um dos atletas mais populares da categoria, ‘Borrachinha’ usou um exemplo recente do Ultimate para, em entrevista exclusiva ao podcast ‘Direto de Vegas’, no projeto da Ag Fight, comparar sua relevância para a entidade com a de outros nomes da categoria, como o do compatriota Caio Borralho.
Em setembro, Anthony Hernandez precisou sair da luta que lideraria o UFC Canadá no mês seguinte, contra Reinier de Ridder. E, conforme revelou à época, Borrachinha foi um dos atletas que os dirigentes do Ultimate entraram em contato para suprir a ausência de última hora. Isso, em seu entendimento, é um claro sinal que seu prestígio e valor junto à entidade são elevados, se comparados com a maioria dos ranqueados dos pesos-médios.
“Surgiu uma oportunidade (para lutar com) De Ridder. Faltam cinco semanas. Vamos ver os tops aqui. Caio Borralho, que é o sexto. Vamos colocar ele com o De Ridder? Hm.. Quem é o próximo? Ah, esse está machucado. E o décimo? Acabou de lutar e não dá tempo. Olha o Paulo. Ah, mas ele é 13º. Vamos botar ele ou o Caio? É isso que eu vejo. Quem vai ser o melhor para chamar atenção? Relevante nesse sentido. Quem nós vamos botar? Isso é o básico. Eu não posso falar de mim mesmo. Tenho convicção, fica óbvio que para a empresa tem uma diferença. Não é todo mundo igual. Ele quis dar uma indireta para mim falando: ‘Eu aceito’. Então briga com o UFC, porque você não é tão relevante. Se fosse, talvez teriam oferecido o ‘RDR’ para ele”, opinou Paulo.
Papel de ‘matchmaker’
Atento às dinâmicas de casamento de lutas e negociação de bastidores, Borrachinha supôs, inclusive, um ambiente em que a alta cúpula do UFC se reuniria para analisar possibilidades de combates. Na visão do brasileiro, sobretudo com o novo acordo bilionário de transmissão da empresa com a ‘Paramount+’, mais do que nunca, Dana White e outros dirigentes buscam lutadores capazes de mover o ponteiro da audiência e cativar as massas.
“Estou aqui no papel de ‘matchmaker’ ou diretor. E tenho acesso a dados, números. Tem as fotos dos lutadores. Vamos pegar aqui o top 15. Esse ‘fulano’ aqui: ‘Qual a importância dele para a nossa companhia em termos de mercado? De receita? De girar a máquina e chamar a atenção. A gente está com um novo acordo na Paramount e a gente precisa de luta que vai fazer com que o espectador americano e do mundo veja isso e queira falar nos outros dias para os amigos do trabalho, para que muita gente assine o nosso pacote’. Se a gente colocar esse cara aqui, ele vai chamar atenção desse fã? Não. Então, descarta esse cara”, supôs o atleta mineiro.
Vindo de grande vitória contra Roman Kopylov, em julho desta temporada, Borrachinha ainda não tem uma luta oficial para voltar à ativa no UFC. Entretanto, o brasileiro destacou que já iniciou os preparativos para o seu próximo camp, projetando um embate na segunda metade de fevereiro de 2026. Caso a previsão se concretize, um embate de Paulo tende a ser anunciado em breve pela organização.
Siga nossas redes sociais e fique ligado nas notícias do mundo da luta: X, Instagram, Facebook, Youtube e TikTok
