Com praticamente oito anos dedicados ao MMA profissional, Mackenzie Dern vai ter pela frente sua prova de fogo na modalidade, justamente quando vive seu melhor momento dentro do Ultimate. Neste sábado (10), a americana, que representa o Brasil por ter dupla nacionalidade, vai encarar Nina Ansaroff, atual quinta colocada do ranking peso-palha (52 kg), no UFC Las Vegas 23. Embalada com três vitórias seguidas na liga, a faixa-preta de jiu-jitsu mira manter a fase para se aproximar da parte de cima da tabela de sua categoria.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a lutadora destacou a importância do duelo para definir o rumo que sua carreira vai tomar na organização. No entanto, ela rechaçou a possibilidade de adicionar pressão ao seu treinamento. Atualmente na 11ª colocação do ranking da divisão, a atleta, caso derrote a rival, pode se aproximar do top 5.
“Com certeza essa vai ser a maior luta da minha carreira até agora. É a primeira menina mais ranqueada que estou lutando e estou muito feliz com isso. Estava pedindo muito por isso. Até minha última luta com a Virna, ela era uma das únicas que estavam com condição de lutar durante a pandemia, então a gente aceitou de boa, mas ela era 13ª e eu queria mais alguém que estivesse na frente. Então quando me ofereceram a Nina, que é a quinta colocada, isso vai dizer muita coisa sobre a categoria, sobre meu futuro e estou preparada para isso”, explicou a filha do lendário lutador de jiu-jitsu ‘Megaton’ Dias.
Mackenzie é praticante condecorada de jiu-jitsu e tem como carro-chefe a luta agarrada, enquanto Nina tem na troca de golpes me pé a sua especialidade. Depois de enfrentar Virna Jandiroba, também especialista na arte suave, em dezembro de 2020, Dern comemorou ter pela frente alguém que não tem tanta desenvoltura na parte de solo e demonstrou confiança de que pode levar vantagem nessa área.
“Prefiro lutar com uma menina assim do que com a Virna, que por exemplo, mesmo que eu seja confiante no chão com ela, sei que se ela tem uma noção e já complica mais, a finalização vai sair tão fácil. Com uma trocadora ela fica muito peixe fora da água quando cai no chão. Mas a Nina tem uma boa defesa de queda, quando cai é pedalada para cima, se movimenta bem”, disse a ex-campeã mundial de jiu-jitsu, antes de concluir.
“Mas eu vi a derrota dela para a Tatiana Suarez, que quedou ela, fez um ground and pound. Esparza ganhou com wrestling e isso me dá um pouco de confiança. Quando vi que as meninas derrubaram e ficaram no ground and pound, eu já gostei. Não sou do ground and pound, mas se conseguir levar para o chão, preciso de uns segundos no chão para achar uma finalização. A luta é bem casada, gostei do estilo. A experiência dela pode me atrapalhar, mas estou preparada para tudo”, completou a competidora.
Embora aprove o casamento de estilos, Mackenzie tem uma grande oportunidade de comprovar seu crescimento na parte em pé contra uma especialista. Para suas últimas lutas, a lutadora tem treinado com Jason Parillo, que afiou o boxe nomes como com ex-campeões do UFC como Michael Bisping, Rafael dos Anjos e Cris Cyborg. Ciente disso, Dern valorizou essa parceria e comemorou sua evolução como atleta.
“O (Jason) Parillo tem a ideia da campeã ele quer que eu seja. Confio nele de olhos fechados. Sinto que em pouco tempo já vejo soco, desfio, bloqueio, acho a minha distância. Vejo que a trocação tem sua estratégia, é que nem jiu-jitsu. Entendo como se fosse jiu-jitsu. Me sinto mais completa. Me sinto confortável de usar a mão e ir para o chão, de fintar, confundir a adversária. Estou com fome, mas quando chegar (a chance de lutar pelo cinturão) quero estar preparada para trocadora, jiu-jiteira. Sou representante do jiu-jitsu que está se tornando uma atleta completa de MMA. Vamos ver o que 2021 tem para mim. Acho que vai ser só coisa boa”, celebrou.
Mackenzie Dern vive seu melhor momento no UFC. Em 2020 a faixa-preta de jiu-jitsu venceu três lutas seguidas, duas por finalização no primeiro round e a última, diante de Virna Jandiroba, por pontos. Atualmente, ocupa a 11ª posição no ranking do peso-palha. No MMA, a atleta disputou dez lutas e foi derrotada apenas uma vez, por Amanda Ribas.