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Entrevistas

Lutador do UFC que defendeu Hitler nega arrependimento: “Não retiro nada que disse”

Em janeiro deste ano, Bryce Mitchell causou um verdadeiro alvoroço ao defender publicamente o ditador alemão Adolf Hitler em seu podcast. Alvo de inúmeras críticas na ocasião, o lutador do UFC se retratou logo após o episódio, rechaçando o status de nazista. Meses depois, porém, prestes a disputar seu primeiro combate desde a polêmica, o americano não parece arrependido de seu discurso. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, ‘Thug Nasty’, como é conhecido, afirmou que não retira nada do que foi dito em meio a sua fala antissemita.

Na oportunidade, o peso-pena (66 kg) chegou a classificar o líder do partido nazista como “uma boa pessoa”. Posteriormente, Mitchell voltou a mencionar o ditador – desta vez para revelar suas supostas raízes alemãs. Seu adversário neste sábado (12), no UFC 314, em Miami (EUA), Jean Silva utilizou o contexto para provocar o atleta americano. Como resposta, Bryce acusou o rival brasileiro de estar possuído por espíritos malignos. Toda a rivalidade construída a partir do posicionamento do wrestler aumentou consideravelmente a expectativa dos fãs pelo confronto.

“Não foi difícil (esse período), me aproximou de Deus. Era isso que Deus queria com isso. Estamos sob ataque. Geralmente por forças espirituais, agora de forças da carne (…) Eu rezei e pensei sobre isso e não retiro nada do que eu disse. Estou próximo do lorde e não tenho medo de nenhum homem (…) Não tenho vergonha do que disse. Porque conheço a história e sei o que aconteceu. Quando falamos sobre povos que sofreram, temos que falar dos cristãos também. Todos os povos sofreram. Não existe um grupo em particular que sofreu mais do que outro na história. E não tenho medo de falar isso. E se isso ofende alguém, estão convidados a debater comigo. E provavelmente irão perder o debate”, afirmou o americano.

Fala retirada de contexto?

A polêmica veio à tona quando, durante o episódio inaugural do seu podcast ‘ArkanSanity Podcast’, no canal Mitchell saiu em defesa de Hitler e tentou justificar suas ações contra os judeus no Holocausto. Entretanto, apesar de não se arrepender do que disse, o lutador americano se defende em uma espécie de ‘mea culpa’. Além de admitir que poderia ter transmitido a mensagem de uma maneira melhor, Bryce acusou a imprensa de ter retirado sua fala de contexto, a fim de criar uma grande polêmica.

Eu deveria ter me explicado melhor. Estávamos falando de coisas que antecederam aquele momento da história. E estava me referindo ao contexto em que estava falando. (Hoje) faria isso muito melhor. Prometo que vou me explicar em breve, porque agora eu sei que o inimigo está tentando tirar minhas palavras de contexto para me fazer parecer uma pessoa odiosa. Então agora tenho que ter um cuidado extra ao me explicar melhor. Essa é a chave de tudo isso. Se eu tivesse me explicado melhor, as pessoas entenderiam que eu não odeio ninguém. Não faço parte do ódio. Jesus nos ensina a amar a todos”, destacou Mitchell.

Aos 30 anos de idade, Bryce atualmente ocupa a 13ª do ranking dos pesos-penas do Ultimate. Especialista na luta agarrada, o americano é dono de um cartel no MMA profissional de 17 vitórias e apenas duas derrotas. Diante de Jean Silva, Mitchell terá pela frente um oponente com grande poder de nocaute. E, para além do aspecto esportivo, o wrestler terá que lidar com a vontade do grande público, que torce para o brasileiro ‘lhe ensinar uma lição’ após seus discursos polêmicos.

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Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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