Entrevistas
Larissa Pacheco projeta ‘boom’ de visibilidade com superluta contra Cris Cyborg
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por
Diego Ribas, em Las Vegas (EUA)
No dia 19 de outubro, em Riad, capital da Arábia Saudita, Larissa Pacheco disputa o combate mais importante de sua carreira, contra a compatriota Cristiane Justino. E quem garante o status de relevância do confronto é a própria. Mas para além da magnitude esportiva do duelo que coloca em jogo cinturão ‘superluta’ da PFL, a atleta de Belém (PA) projeta ganhos imensuráveis para a continuidade de sua carreira no MMA profissional. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Larissa admitiu que planeja receber um ‘boom’ de visibilidade ao enfrentar ‘Cyborg’.
E não é para menos. Afinal de contas, multicampeã na modalidade – com cinturões de UFC, Bellator, Invicta e Strikeforce no currículo – Cris é apontada como uma das maiores lutadoras de todos os tempos do MMA feminino. Além disso, aos 39 anos, Cyborg já ressaltou que pretende competir apenas mais três vezes até pendurar as luvas. Sendo assim, cada combate disputado pela striker curitibana tende a prender ainda mais a atenção dos fãs. E Larissa Pacheco pretende aproveitar esse contexto a seu favor.
“É a luta mais importante da minha carreira, sim. Uma vitória contra ela vai me dar uma visibilidade muito grande. Vai dar um ‘boom’. As pessoas vão ver meu trabalho de fato por conta do nome da Cris. Vai reafirmar – porque as pessoas não dão muita credibilidade para a PFL e o que eu já fiz dentro da PFL. Só veem aquela situação quando eu tinha 19 anos, lá no UFC, em que eu quebrei o braço e tive duas derrotas. É só isso que as pessoas levam em consideração. Mas a PFL tem se provado uma liga forte e que está trazendo grandes nomes. Lutei com todas as meninas que me deram, não tenho que provar nada para ninguém. Vai ser a maior luta da minha vida, sim, a luta com a Cris. É buscar o melhor resultado. Na verdade, essa unificação (de títulos) é um novo cinturão, já não é de categoria nem nada, é um terceiro cinturão diferente que, se Deus quiser, vou trazer para a casa”, projetou Pacheco.
Qual versão da Cyborg terá pela frente?
O combate entre Larissa e Cris pode ser considerado um confronto de gerações, já que a paraense tem 30 anos recém-completados enquanto a curitibana beira a faixa dos 40. Mas, ao que tudo indica, a bicampeã do GP da PFL evita pensar o duelo sob essa ótica. Ciente das credenciais de Cyborg, Pacheco garante que se prepara para a melhor versão possível da compatriota, que não compete no MMA desde outubro de 2023, quando nocauteou Cat Zingano e defendeu o posto de campeã no Bellator.
“Não sei (se vou pegar o auge da Cyborg). Nunca pesquisei muitas coisas da Cyborg. Mas vendo assim, das lutas antigas até agora, ela só vem crescendo e evoluindo, independentemente da idade. Dá para ver que isso não impactou ela de forma negativa. Ela está com um físico sempre forte, todo aquele desempenho e gás na hora de explodir. Então pode ser que essa questão de idade não tenha interferido em nada. Pode ser mais difícil talvez cortar o peso. Mas ela está bem acostumada com o que a luta traz para a gente. Dá para ver que ela está bem, acredito que ela esteja na melhor forma física dela, no auge. Espero enfrentar ela com a melhor forma possível. Não quero que as pessoas olhem e digam assim caso eu vença: ‘Ah, a Larissa ganhou porque a Cyborg vai fazer 40 anos’. Quero enfrentar a melhor Cyborg, a lenda do MMA, e acredito que vou”, explicou a paraense.
Duelo de gigantes no peso-pesado
Não é somente a aguardada estreia de Cyborg na PFL que vai sair do papel no dia 19 de outubro. No mesmo evento, Francis Ngannou, principal estrela da companhia, faz sua primeira luta na ‘nova casa’. O ex-campeão peso-pesado do UFC mede forças contra o brasileiro Renan Ferreira, vencedor do ‘GP’ da categoria em 2023. A ordem dos confrontos ainda não foi definida pela organização oficialmente, mas a tendência é que o embate entre o gigante camaronês e ‘Problema’ sirva como atração principal do show na Arábia Saudita.
Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.