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Khabib aprova Makhachev x Do Bronx no Brasil e exalta pupilo: “Islam pode finalizá-lo”

Presente em Las Vegas (EUA) para participar da cerimônia de introdução dos novos membros do Hall da Fama do UFC, na qual foi um dos homenageados, Khabib Nurmagomedov não perdeu a oportunidade de continuar sua campanha para que Islam Makhachev – seu parceiro de treinos e amigo de longa data – seja escalado para enfrentar o brasileiro Charles ‘Do Bronx’ na próxima disputa pelo título peso-leve (70 kg) da organização. O russo, inclusive, abriu as portas para que o possível duelo ocorra em território verde-amarelo e esbanjou confiança no seu pupilo.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), Khabib tratou de minimizar algumas de suas recentes declarações, que não foram bem recebidas pela equipe de Charles, e pregou respeito ao último campeão peso-leve do UFC. O russo também fez questão de exaltar a trajetória de ‘Do Bronx’ e comparou sua trajetória de vida com a do brasileiro. Apesar disso, Nurmagomedov deixou claro que seu desejo é que Makhachev receba a oportunidade de enfrentar o lutador paulista pela cinta da categoria, e citou o histórico recente de ambos, que ostentam as maiores sequências de vitórias ativas da divisão, para corroborar seu pedido.

“Escute, eu respeito Charles Oliveira e o que ele fez. Esse cara veio da pobreza, como eu. Ele é um campeão, ele merece ser campeão. Neste momento, não há campeão no peso-leve, mas ele merece. Eu não sei o que aconteceu na balança. Mas eu só quero que ele lute com Islam porque Islam não está em uma sequência de cinco vitórias, são dez vitórias seguidas. E o Charles tem 11 vitórias seguidas. Eu acho que é um grande confronto. Não é um desrespeito ao Charles. Quando eu falo sobre essa luta, as pessoas tentam criar um drama. Não, eu só quero ver o melhor contra o melhor. É simples”, esclareceu Khabib.

Um dos pontos que parece travar as negociações pela luta entre Charles e Islam seria a sede do evento em que os lutadores se enfrentariam. A equipe do russo já veio a público sugerir que ambos duelem no show que será promovido em outubro, em Abu Dhabi (EAU), e rumores indicam que este seria o destino preferido também pela organização.

No entanto, a equipe do brasileiro não vê com bons olhos enfrentar Islam em território inimigo, já que Abu Dhabi se tornou uma espécie de segunda casa para os atletas russos, especialmente os provenientes do Daguestão, como é o caso de Makhachev. Apesar do UFC não ter ainda nenhum evento previsto para acontecer no Brasil, há a expectativa de um retorno da franquia ao país até o final deste ano, e, para Khabib, seu pupilo não teria problemas para encarar ‘Do Bronx’, mesmo com o paulista recebendo o apoio da torcida tupiniquim.

“Honestamente, nós não ligamos para o local. Nós não escolhemos local. Essa não é a organização do Islam ou do Khabib. O UFC tem donos, eles tomam essa decisão. Se eles disserem que vai ser no Brasil, nós vamos adorar isso. ‘Venha para o Brasil, lute com o campeão brasileiro e o finalize com jiu-jitsu brasileiro’. Eu amo isso. Eu realmente acredito que Islam pode finalizá-lo no chão. Agora vocês vão me julgar por eu acreditar no Islam? Mas quem se importa. Se eles disserem que é no Brasil, ok, vamos para o Brasil. Rio de Janeiro, São Paulo. Eu lutei uma vez em São Paulo. Sim, (contra) Thiago Tavares. Foi uma luta muito rápida, um minuto e meio, boom. Antes da luta, todo mundo dizia que eu iria morrer. Depois da luta, todos tiravam foto comigo. Será a mesma coisa com Islam e Charles Oliveira”, cravou o ex-campeão peso-leve do UFC.

Aposentado do MMA desde 2020, Khabib Nurmagomedov – que deixou o esporte com o cartel invicto de 29 vitórias e nenhuma derrota – foi introduzido no Hall da Fama do UFC na ‘ala da era moderna’. Após pendurar as luvas, o russo tem se dedicado ao comando de seu evento, o Eagle FC, assim como tem atuado como treinador dos seus principais companheiros de treino do passado, como é o caso de Islam Makhachev.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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