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Kauê Fernandes passa pela balança na pesagem cerimonial do UFC São Paulo. em 2023
Com uma reviravolta, o brasileiro precisou seguir cortando peso sem a certeza de que estaria no UFC Paris - Leandro Bernardes/PxImages

Entrevistas

Kauê Fernandes revela bastidores da troca de adversário de última hora no UFC Paris

Escalado para competir no UFC Paris do próximo sábado (6), Kauê Fernandes viu sua participação no evento se tornar uma verdadeira novela repleta de reviravoltas e com direito a ‘dança das cadeiras’. Entre a incerteza sobre sua própria viagem para a França e uma troca de adversários de última hora salvadora, o peso-leve (70 kg) brasileiro manteve sua vaga no show. Passada a montanha russa de emoções, o atleta da ‘Nova União’ relatou, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, os bastidores das negociações junto ao Ultimate.

Originalmente escalado para enfrentar Fares Ziam, Kauê viu seu adversário abandonar o combate já durante a semana da luta, por motivos pessoais, devido ao falecimento de sua avó. A poucos dias da realização do UFC Paris, a chance do brasileiro ser, consequentemente, cortado do evento era grande. E, segundo o próprio, o maior desafio mental foi manter o corte de peso em curso sem a garantia de que competiria no sábado.

“Estava com a luta marcada contra o Fares Ziam. Infelizmente faleceu uma pessoa muito importante na família dele e ele quis se retirar. Tenho máximo respeito por isso. Imagino que a família deva estar sofrendo. Então o UFC correu para arranjar um adversário às pressas para mim. E quem não quer lutar no UFC, né? Eles conseguiram, contrataram um cara e a luta está confirmada (…) Estava no Rio ainda, com a passagem para o dia seguinte (quando comunicaram a saída do Fares). E o Dedé falou: ‘Kauê, deixa a mala pronta. Pode ser que você viaje e pode ser que você também não viaje’. A parte mais difícil foi me manter sem comer nada podendo não lutar. Mas a cabeça estava forte (pensando) na luta”, relembrou Kauê.

Confirmação antes do embarque

A angústia teve fim momentos antes de Fernandes embarcar no avião rumo a Paris. Sem ainda saber qual seria o desfecho da situação, o brasileiro, enfim, recebeu a informação de que o UFC havia achado um substituto a tempo. Sendo assim, uma vez com o nome de Harry Hardwick, seu novo rival, na mesa, o peso-leve carioca sequer hesitou e aceitou os novos termos, agilizando o processo de casamento da luta.

“Na hora bateu um pouco de tristeza, estava empolgado para a luta contra o Fares. Ia ser uma grande luta para o show, um francês lutando em casa. Mas sou um soldado do UFC e estou aqui para lutar contra quem eles acham que tenho que lutar (…) Foi ontem (segunda). Segunda, 14h, no Rio de Janeiro. Duas horas antes de eu sair para o voo (rumo a Paris) que eles me deram a certeza (que eu lutaria). Já com o nome do Harry (definido). Mas só duas horas (antes de voar). A mala nem estava pronta, então foi aquela doideira: ‘Pega, corre e vai’. Foi assim (risos)”, relatou o brasileiro.

Hora de correr riscos

Apesar de manter sua participação no UFC Paris de pé, Kauê admite que corre riscos ao aceitar um novo oponente de última hora. Mas segundo o próprio, aos 30 anos de idade, este é o momento ideal para assumir desafios desta natureza e, acima de tudo, elevar sua moral junto à alta cúpula do Ultimate. Do outro lado do octógono estará Harry, campeão peso-pena (66 kg) do Cage Warriors, que não sabe o que é perder há nove rodadas, desde 2020.

“Estava treinando para um jogo específico contra o Fares. Mas acho que eu esteja no meu auge. E a hora de lutar e mostrar as minhas habilidades é agora e contra qualquer um. Não sou velho, mas também não sou tão novo, tenho 30 anos. Tenho que mostrar meu trabalho, agora é a hora. Claro que é um risco (aceitar lutar), é um jogo diferente. Mas também é uma luta boa. É fazer o que sei, não vou me adaptar muito ao jogo dele (Harry). Ainda não estou na posição de calcular riscos no UFC. Quero que eles saibam que podem contar comigo. Eles não iriam gostar se eu abandonasse a luta cinco dias antes”, frisou Fernandes.

Além de Kauê, o ‘Esquadrão Brasileiro’ estará representado por mais quatro atletas no UFC Paris. Na porção preliminar do show, Brendson Ribeiro encara Oumar Sy. Abrindo o card principal, Patrício ‘Pitbull’ mede forças com Losene Keita. As duas lutas mais aguardadas em ordem de importância envolvem competidores da ‘Fighting Nerds’. No ‘main event’, Caio Borralho enfrenta Nassourdine Imavov, enquanto Maurício Ruffy duela contra Benoit St-Denis no ‘co-main event’ da noite.

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Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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