Um dos lutadores mais emblemáticos do MMA e, apontado por parte da comunidade, como o maior peso-pena (66 kg) de todos os tempos, José Aldo entrou oficialmente para o ‘Hall da Fama’ do UFC, na última quinta-feira (6). Durante a cerimônia, realizada em Las Vegas (EUA), o ‘Campeão do Povo’ não conteve a emoção e desabou em lágrimas no palco. Após a homenagem, o brasileiro relembrou o ‘filme’ que passou pela sua cabeça no momento e exaltou, em entrevista exclusiva à Ag Fight, o sentimento de sonho realizado com a honraria recebida.
Aldo estreou no Ultimate em 2011. Dentro da principal liga de MMA do mundo, protagonizou 20 combates – com 13 vitórias e sete derrotas. Em sua marcante passagem pela companhia, o ‘Rei do Rio’ se consolidou como um dos campeões mais dominantes da organização entre os pesos-penas e também chegou a disputar o cinturão dos pesos-galos (61 kg) em 2020, contra Petr Yan, mas acabou superado pelo rival russo na ocasião.
“Sempre sonhei com isso, com esse momento. Ser campeão do UFC e finalizar sendo Hall da Fama. Então lá na hora caiu a ficha, fiquei bastante emocionado, muito feliz. Lembro de tudo, desde que comecei, então minha felicidade era essa. Esse era meu objetivo, não só ser campeão, mas deixar um legado. Foi tudo como imaginei, desde a chegada até a saída. O legado foi positivo. Ontem (quinta) a coroação foi completa com o Hall da Fama. Emoção e felicidade, chorei bastante, acordei até com o rosto inchado. Me sinto realizado”, destacou Aldo.
Pioneiro na ‘Ala Moderna’
Além de entrar para o ‘Hall da Fama’, Aldo se tornou o primeiro brasileiro a integrar a ‘Ala Moderna’ do seleto grupo de atletas. Os demais representantes do país já induzidos, Anderson Silva, Royce Gracie e Rodrigo ‘Minotauro’, figuram na ‘Ala Pioneiros’. Maurício ‘Shogun’ desponta na ‘Ala Lutas’, por seu confronto histórico contra Dan Henderson. Feliz com a exclusividade, o ‘Campeão do Povo’ exaltou o legado da geração que abriu as portas dentro do MMA.
“Significa muito, é a realização de um sonho. Graças ao Royce, que fez esse esporte, que eu pude fazer isso tudo. O Minotauro (também foi homenageado). O Anderson também, várias noites lutando juntos, dividindo o octógono. Então fico feliz por receber um prêmio dessa magnitude. Me sinto diferenciado e lisonjeado por ser o primeiro (brasileiro) da ‘Era Moderna’. Minha geração pegou um (cenário) mais tranquilo. Quando Royce, Minotauro e Anderson lutavam, o esporte não era visto da maneira que é visto hoje, eles trabalharam bastante para elevar nosso esporte”, relembrou José.
Aposentado das artes marciais mistas, José Aldo segue ativo nos esportes de combate. Aos 36 anos, o brasileiro agora volta suas atenções para um sonho antigo: competir no boxe. Dentro da modalidade, já foram três confrontos e invencibilidade mantida – duas vitórias e um empate.