Johnny Walker abriu o jogo sobre um dos bastidores menos comentados de sua trajetória no UFC. Em entrevista exclusiva ao canal Direto de Vegas, novo projeto da Ag Fight, o meio-pesado (93 kg) revelou que atualmente não trabalha com empresário ou ‘manager’ — função assumida por sua própria esposa. O lutador explicou que tomou essa decisão após enfrentar, por anos, dificuldades de gestão e falta de estrutura em momentos cruciais da carreira.
O carioca, que despontou como um dos maiores prospectos brasileiros do Ultimate após estrear com três nocautes seguidos e conquistar bônus de performance em todas as apresentações, afirmou que só mais tarde passou a compreender melhor os bastidores do mercado e as exigências administrativas de um atleta profissional. Agora, com um cartel de oito vitórias, seis derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado) dentro do UFC, diz ter assumido o controle integral dos rumos de sua vida esportiva.
“Lutador não precisa de manager. Pra que manager? Ganhar 5, 10, 30%, quantos por cento forem… pra quê? Hoje eu falo inglês, faço as minhas próprias paradas, minha mulher me ajuda. Ela é minha manager hoje, gerencia as minhas lutas, desenrola as minhas bolsas, tudo. Porque eu não preciso mais de ninguém para tomar o que é meu, para se aproveitar de mim”, questionou.
Mentor do irmão
Johnny destacou ainda que sua experiência tem servido de suporte para outros atletas próximos, especialmente seu irmão, Valter Walker — um dos nomes promissores da nova geração dos pesos-pesados. De acordo com o meio-pesado, o caçula já trilha um caminho mais organizado e profissional desde o início, justamente para evitar erros que ele próprio cometeu ao longo da carreira.
“Agora, igual ao meu irmão: ele está fazendo uma carreira melhor do que a minha. Todos os erros que eu cometi, ele não precisa cometer, porque ele me pergunta ou porque ele tem uma galera ao lado dele que já sabe gerenciar melhor do que eu fui gerenciado. Os caras que estavam ao meu lado eram todos sem experiência, estavam sonhando junto comigo também. Mas eu não estava bem estruturado. Eu peguei estrutura muito tempo depois”, explicou.
Mais maduro dentro e fora do octógono, Johnny Walker agora tenta transformar os aprendizados acumulados ao longo da trajetória em novos resultados no UFC. O brasileiro acredita que, com autonomia e maior organização, está finalmente no controle de cada passo de sua jornada esportiva.
Herói improvável
Johnny também viveu um momento marcante em 2025 ao desempenhar um papel simbólico para o MMA brasileiro. Ele se tornou o primeiro atleta do país a vencer um main event na temporada em duelo contra um estrangeiro, encerrando uma sequência negativa que já durava dez lutas principais com derrotas de representantes nacionais. A quebra da escrita ocorreu em agosto, no UFC China, quando o carioca nocauteou Mingyang Zhang.
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