Entrevistas

John Allan admite erro em flagra da USADA e promete agressividade em retorno

Sem lutar há mais de um ano, John Allan deixa claro que seu compromisso diante de Roman Dolidze, válido pelo UFC Vegas 16, evento que acontece neste sábado (5), é crucial para a sua continuidade na organização. Até o momento, o brasileiro disputou apenas um combate, mas, logo em sua estreia no maior palco de MMA do mundo, caiu no doping pelo uso da substância tamoxifeno. Após cumprir a suspensão de um ano imposta pela USADA (agência antidoping americana), o “Caçador” visa apagar a impressão que deixou.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o atleta da Chute Boxe não deu desculpas ao comentar a respeito do polêmico tema, aceitou a decisão da USADA sem recorrer e transformou o episódio em motivação. Apesar do momento delicado que viveu no UFC, o brasileiro prometeu mostrar serviço aos fãs e Dana White e afirmou que nunca esteve tão bem em toda sua carreira.

“Aceitei a suspensão, mas venci a luta (contra Mike Rodriguez, em julho de 2019). A substância que acusou não é uma de melhora de performance, nada que me desse alguma vantagem, mas entendo e respeito as regras. Foi uma substância que eu usei antes de entrar no UFC, mas, como estava entrando na organização, não comuniquei. Dei azar, porque, dias depois, fiz um novo teste e não constou nada. Isso serviu como aprendizado e me tornei outro atleta. Esse foi o melhor camp que fiz na vida. Vinha treinando há alguns meses. Desde o início da pandemia, consegui focar mais nos meus treinos, em mim e tive uma evolução muito grande. Hoje, estou na minha melhor forma física, psicológica e técnica. Estou confiante em fazer uma boa luta no sábado”, ressaltou Allan.

Conhecido por ser dono de um estilo agressivo, já que nove de suas 13 vitórias foram por nocaute, o brasileiro garantiu seguir da mesma forma, mesmo sabendo do perigo que Dolidze representa. O atleta da Geórgia está invicto no MMA, venceu todas as lutas pela via rápida, porém, o retrospecto do adversário não parece intimidar. Pelo contrário, Allan adiantou que irá testá-lo, pois se considera superior.

“Com certeza! Meu apelido vem daí, sou o caçador. Quando subo no octógono, busco acabar com a luta. Esse é o meu estilo e o da minha escola, que é a Chute Boxe. Temos a agressividade no sangue. Sempre vou em busca do nocaute. Sou mais experiente do que ele. Tenho mais de 20 lutas, ele tem sete, está invicto, mas disputou poucas. Acho que ele foi pouco testado nessas vitórias. Ele ainda não enfrentou um lutador que colocou a mão nele, deu sufoco. Minha intenção nessa luta é essa. Não deixá-lo confortável, colocá-lo em risco o tempo todo. Ele tem um bom jogo de grappling, uma chave-de-pé boa, mas dei uma refinada no meu chão, na minha trocação e tenho certeza que vou fazer uma boa luta. Tem tudo para ser a melhor da noite”, destacou.

Sem Jon Jones, que abdicou do cinturão dos meio-pesados (93 kg) para atuar nos pesados, a categoria ficou aberta e Jan Blachowicz se tornou um campeão improvável. John Allan promete tirar proveito desse momento, já que muitos dos integrantes do top-15 preferem a trocação do que a luta agarrada e manifestou o interesse em enfrentar Volkan Oezdemir, caso consiga obter resultados positivos.

“A categoria está muito movimentada e acho que esse cinturão vai rodar bastante até estabilizar na mão de algum atleta. O que vejo é que no top-10, qualquer um pode ser campeão. A maioria é striker e, nesse peso, qualquer soco derruba. Se tudo der certo, venço sábado, vou pedir para fazer mais uma luta no primeiro trimestre e depois acho que mereço lutar com um top-15. Seriam três vitórias e têm bons nomes na categoria, principalmente no top-10. Tem o Oezdemir que está bem ranqueado, é conhecido e é uma luta boa. Ele já esteve no top-5, e, com mais duas vitórias, vou pedir. O jogo casa bem para mim. Existem outros também, mas não escolho lutas. Quem eles me oferecem, vou enfrentar”, finalizou.

John Allan, de 27 anos, estreou no UFC em 2019 e busca a primeira vitória na organização. O lutador possui o recorde de 13 vitórias, sendo apenas uma via decisão, e cinco derrotas, sendo quatro delas por finalização.

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