Entrevistas

Influenciado por ‘Cigano’, ‘Pezão’ abre as portas para futuro no telecatch

Marcos Rogério de Lima é um veterano do MMA que se prepara para disputar o ‘co-main event’ do UFC Vegas 42, atração que acontece neste sábado (13), em Las Vegas (EUA), com Ben Rothwell e, vindo de vitória, já começa a planejar seus futuros passos seja dentro ou até mesmo fora da principal organização do esporte. E muito disso tem a ver com Júnior dos Santos, seu amigo e parceiro de treino na ‘American Top Team’.

Após perder quatro lutas seguidas no UFC, sendo todas por nocaute, ‘Cigano’, mesmo sendo ex-campeão do peso-pesado, acabou cortado. Sendo assim, o atleta passou a cogitar realizar combates tanto no boxe profissional ou na modalidade sem luvas, representado pelo ‘Bare Knuckle’, porém surpreendeu parte da comunidade do MMA ao anunciar um acordo com a ‘AEW’ (All Elite Wrestling), companhia de pro-wrestling rival da tradicional WWE. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, ‘Pezão’ confessou que, assim como uma parcela dos fãs, também ficou surpreso com o rumo que a carreira do compatriota tomou.

No entanto, Marcos deixou claro que tal surpresa não é algo ruim. Pelo contrário, o brasileiro comemorou o fato dos lutadores profissionais terem mais oportunidades para desempenharem suas funções nos esportes de combate, mesmo em modalidades totalmente diferentes. Vale lembrar que, além do pro-wrestling, o boxe tradicional e sem luvas também passou a abrigar confrontos envolvendo veteranos seja da nobre arte ou dos demais áreas esportivas e, para contar com tais nomes, oferecem bolsas vantajosas aos protagonistas da ação. Dessa forma, ‘Pezão’ já adiantou que, quando sua trajetória ao UFC chegar ao fim, não fechará as portas para as propostas, por mais que elas aparentem ser inusitadas.

“Eu fui nesse evento que o ‘Cigano’ lutou, de wrestling e todos ficaram falando que sou parecido com o ‘The Rock’, que me confundiram e isso é uma coisa, na nossa cultura, meio inusitada. Fui lá para ver o ‘Cigano’ e, de repente, estava gritando, postando, vibrando. Achei legal e fico feliz com esse caminho que o ‘Cigano’ escolheu, que o Anderson e o Belfort também escolheram (boxe). Às vezes, no MMA, o pessoal acha que a carreira de um lutador acaba quando sai do UFC, mas tem muito a se fazer. Dá para lutar boxe, kickboxing, pro-wrestling, são opções muito boas para a galera. Acho favorável para os atletas continuarem representando seus países e família. Após cumprir minhas metas no UFC, não vou descartar as oportunidades”, analisou ‘Pezão’.

Mas o brasileiro não mostra apenas animação quanto ao seu futuro nos esportes de combate. Em boa fase após dominar Maurice Greene, em maio, o atleta visa conquistar a tão sonhada sequencia positiva no UFC. Vale lembrar que, desde 2014, ‘Pezão’ alterna vitórias com derrotas. E empolgação para o profissional não falta. Confiante, o paulista reconheceu que Rothwell é um oponente de valor, dono de muita experiência no octógono, mas, ao mesmo tempo, garantiu que está melhor do que nunca e pronto para colocar um lutador conhecido dos fãs em seu cartel. Aos 36 anos, Marcos informou que está tão bem na parte física, mental e técnica, que não descarta integrar o top-15 do peso-pesado em breve.

“Fiz um excelente camp e fico feliz com essa luta. O Rothwell é um lutador duro, veterano, conhecido, aguenta pancada e isso é bom, mas não o temo. Sou um lutador de MMA, não só de kickboxing, então onde essa luta acontecer, vou ficar seguro. Contra o Green, tinha bastante wrestling e jiu jitsu, mas mal fiz luta agarrada. Acabou que a luta ficou inteira no chão, estou pronto pra qualquer coisa, tenho certeza que estou no melhor momento da minha careira, na melhor fase. Se eu apresentar meu jogo em dia, com certeza vou conseguir anular o Rothwell e fazer uma grande luta. Estou projetando uma guerra, três rounds de muita pancadaria. Estou indo para deixar toda minha energia lá e ela está boa, estou bem e forte. Se ele vacilar, vou nocautear ou finalizar, ele vai cair”, concluiu.

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