Existem lutadores que chegam ao seu auge na carreira antes dos 30 anos. Outros, entretanto, atingem sua alta performance com uma idade mais avançada e com mais maturidade como profissional. Glover Teixeira se encaixa no segundo exemplo. Aos 41 anos, o atleta natural de Sobrália (MG) vive sua melhor fase no MMA, com cinco vitórias seguidas no octógono do UFC e perto de disputar o cinturão dos meio-pesados (93 kg) novamente.
Mas por que Glover só alcançou alguns de seus resultados mais impactantes na parte final de trajetória no esporte? Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui), o brasileiro destacou as mudanças que fez na sua rotina e os vícios que deixou de lado pelo bem da sua carreira. O atleta admitiu ainda que se considera um melhor lutador do que quando brigou pelo cinturão da categoria em 2014.
“Estou com 41 anos, lutei muito na minha vida e nunca escolhi luta. Ano passado ganhei de caras tops e estou pronto pelo cinturão. Tenho certeza disso. Estou focado, mudei meu estilo de vida. Você sabe o que você quer, onde quer chegar e o que precisa fazer. Faço o que é necessário e tento curtir o momento. A maioria das vezes eu adoro, perder peso eu não gosto, mas curto essa jornada e vou buscar esse cinturão para o Brasil. Não gosto de falar de certeza que o cinturão vai ser meu, muita gente fala isso, mas não é. Quando chega lá em cima a realidade é outra. Mas com certeza, hoje sou melhor lutador do que quando lutei com o Jon Jones”, afirmou o lutador, antes de completar.
“(Sim, estou) Mais profissional, mais focado na profissão. Antigamente eu era um brigador, ainda mais quando era mais novo, era ‘porra louca’ chapava o ‘cocão’ (risos). Sempre fui muito de treinar, pode perguntar para qualquer um, mas era aquela vida de treino duro, festa o tempo todo. Era assim. Agora a minha idade não aceita mais eu beber toda a madrugada (risos)”, concluiu o atleta que está no UFC desde 2012.
Nos últimos meses Glover passou por uma outra novidade. Pela primeira vez o mineiro foi escalado para ser reserva de uma luta – no caso, da disputa entre Jan Blachowicz e Israel Adesanya, pelo cinturão dos meio-pesados, que será realizada neste sábado (6), no UFC 259. Apesar da incerteza se vai atuar e indefinição quanto ao hipotético rival, o brasileiro aprovou essa experiência e se colocou pronto para subir ao octógono se acontecer algum imprevisto com um dos atletas de última hora.
“Foi uma coisa nova para mim, depois de praticamente 40 lutas. Gostei do processo. No começo estava chato, porque não sabia para quem estava treinando. Tive que treinar para os dois (risos). Treinamos um pouco de tudo, mas tenho experiência. Se eles me ligarem agora e falarem que sou eu (que vou lutar), a minha feição nem muda. Estou bem, fiz tudo certo. Se for lutar, vai ser só o sorriso que vai abrir. (…) Se alguém der algum mole, estou pronto para a guerra”, concluiu o atleta que não atua desde novembro de 2020.
Aos 41 anos, Glover Teixeira compete no MMA profissional desde 2002 e acumula 32 vitórias e sete derrotas em sua carreira. O brasileiro vem em grande momento no UFC e enfileirou vitórias sobre Anthony Smith, Nikita Kylov, Ion Cutelaba, Karl Roberson e Thiago ‘Marreta’ em sequência. O mineiro, em 2014, teve a chance de ser campeão da categoria, mas acabou derrotado por Jon Jones, até então campeão, por pontos.