Um dos combates mais emblemáticos da história do MMA completa dez anos nesta sexta-feira (5). A disputa entre Anderson Silva e Vitor Belfort, que valia o cinturão do peso-médio (84 kg) da liga e que foi tratada pela mídia como a ‘Luta do Século’, contou com o famoso nocaute aplicado pelo ‘Spider’. No entanto, o dia anterior ao duelo também ficou imortalizado na memória dos fãs, e muito disso graças a uma ideia de Kalyl, filho do campeão.
Ao longo de sua carreira, Anderson Silva também foi conhecido como um lutador que desestabilizava seus adversários com forte jogo psicológico dentro e fora do cage. Por isso, na pesagem oficial do UFC 126, motivado por uma provocação de Belfort o, até então campeão dos médios, contou com a sagacidade do seu filho, que lhe deu uma máscara para ser usada na hora que ele fosse encarar o rival para tentar mexer com sua cabeça.
“A máscara era de um grupo de dança. Na semana da luta a gente foi em um show deles e me deram a máscara. Eu não soltava ela de jeito nenhum. Fomos para a pesagem com ela e antes de começar, eu falei: ‘O Vitor não estava falando que você era duas caras, essas coisas todas, por que você não entra com a máscara?’. Aí ele concordou e disse que era uma boa ideia. Lembro até que estava muito nervoso e derrubei a máscara lá em cima (risos)”, disse Kalyl, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight.
Mas o dia 5 de fevereiro de 2011 não foi somente importante para Anderson Silva. Com 12 anos na época, Kalyl teve a oportunidade de acompanhar seu pai em ação pela primeira vez no UFC. Porém, mesmo com todos os holofotes voltados para o confronto, Kalyl admitiu que não tinha noção de que aquela luta poderia mudar para sempre a história do MMA do Brasil e a carreira do lutador.
“Foi muito momento marcante não só para mim, mas como todo o povo brasileiro. O Vitor Belfort e Anderson Silva estavam no auge de suas carreiras. Para mim foi importante porque foi a primeira vez que fui para uma luta com meu pai, que entrei no octógono com ele. Mas eu era muito novo para entender a magnitude do que estava acontecendo. Não tinha ideia que seria marcante assim”, narrou o jovem de 22 anos, antes de relembrar seu nervosismo ao ver o duelo tão de perto.
“Lembro que estava muito nervoso. Na entrada estava tenso, dá até para ver o vídeo que estou chorando, enxugando as lágrimas. Eu não conseguia ficar sentado. Ainda mais em uma luta daquelas. Com aquele nocaute, ninguém nunca tinha visto e contra um cara como o Vitor. Foi uma luta que todo mundo estava esperando. Difícil dizer, mas acho que levou (a carreira do Anderson) para um nível diferente”, completou.
Anderson Silva possui um cartel de 34 vitórias, 11 derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado) em mais de 23 anos de carreira no MMA profissional. De 2006 a 2013 o brasileiro foi soberano no peso-médio do UFC, com dez defesas de cinturão seguidas, um recorde na divisão, até o momento. Em sua última apresentação, ‘Spider’ foi superado por Uriah Hall, em outubro de 2020, em duelo que marcou a sua despedida do octógono.