Siga-nos

Entrevistas

Fabrício Werdum projeta superluta contra Francis Ngannou pela PFL no Brasil

Ex-campeão peso-pesado do UFC, Fabrício Werdum não luta há dois anos, mas um retorno às competições parece ser do seu interesse. Na quarta-feira (3), o gaúcho, que esteve no ‘Web Summit’ – evento realizado no Rio de Janeiro – para uma palestra como embaixador da PFL, conversou de forma exclusiva com a reportagem da Ag Fight e adiantou os seus planos e o da companhia de MMA norte-americana para o futuro (clique aqui).

De acordo com Fabrício, há um interesse real por parte da PFL de promover seu primeiro evento em território brasileiro ainda neste ano, e o gaúcho quer ser parte fundamental deste projeto – uma ideia antiga do lutador. Ciente das especulações sobre a provável contratação do camaronês Francis Ngannou – assim como ele ex-campeão peso-pesado do UFC – pela liga, Werdum demonstrou confiança quanto à contratação do africano e aproveitou para desafiá-lo para uma superluta em sua estreia pela organização, que serviria como atração principal do show inaugural da PFL no Brasil.

“Sim (a PFL vem ao Brasil esse ano). Ainda não temos uma data definida, mas essa é a ideia. Seria novembro ou dezembro. Não posso dizer 100% porque é uma coisa da minha cabeça. E eu já lancei o desafio: eu contra o Francis Ngannou. Ele está sem contrato… Para as pessoas entenderem, rolou não uma rixa, mas rolou um desafio com olhadas. Ele sempre me olhava me desafiando. Quando eu era o campeão do UFC, eu passava por ele e ele ficava me encarando, como (se estivesse) dizendo: ‘Um dia eu vou te ganhar’. E eu sempre com aquela coisa de: ‘É só botar e vamos ver’. Mas não teve o diálogo. Isso tudo olhando e eu sei que ele me desafiava com o olhar”, revelou Werdum.

Arena do Grêmio e recorde de público

Apesar de ter atuado apenas em um combate pela PFL até o momento, Werdum não esconde a gratidão pela forma como é tratado pela liga e, na sua opinião, nada melhor do que ajudar na consolidação e crescimento da mesma no Brasil para retribuir o carinho recebido. Por isso, o peso-pesado já projeta fazer uma espécie de ponte entre a entidade e o Grêmio – seu clube de coração – para que o primeiro evento da PFL em solo brasileiro seja realizado no estádio do clube gaúcho.

E com a possibilidade do confronto contra Francis Ngannou como atração principal do show, o veterano tem outro objetivo em mente: superar o recorde de público de um evento de MMA em território nacional. A marca – de pouco mais de 45 mil torcedores presentes na Arena da Baixada, em Curitiba (PR) – pertence atualmente ao UFC 198, edição que foi protagonizada justamente por Fabrício Werdum, então detentor do cinturão peso-pesado do Ultimate, e pelo americano Stipe Miocic, que viria a derrotá-lo, em maio de 2016.

“Então, eu acho que seria uma grande oportunidade agora. Eu voltando depois de dois anos parado, sem lutar, voltar com a PFL, que foi um evento que me tratou super bem. Até falei isso na apresentação, todos os eventos que eu passei – UFC, Strikeforce, Pride, Jungle Fight – me trataram bem, mas a PFL se sobressaiu sobre isso, foi um negócio diferenciado e que eu me senti muito valorizado. Eu quero poder contribuir pelo que eles fizeram comigo, no Brasil, e bater o recorde – que é meu – de 45 mil pessoas em um estádio de futebol (para assistir MMA). Quero botar 50 mil pessoas ou mais na Arena do Grêmio. Tenho certeza que eu falo com a organização do Grêmio – eu sou embaixador do Grêmio também – para eu fazer essa superluta em Porto Alegre, o primeiro evento da PFL aqui para mostrar para o mundo que o Brasil tem muita força”, afirmou.

Currículo de Fabrício Werdum no MMA

Aos 45 anos, Fabrício Werdum possui um cartel de 24 vitórias, nove derrotas, um empate e um ‘no contest’, em luta que ficou sem resultado exatamente na sua estreia pela PFL, contra Renan ‘Problema’, pelo GP dos pesados de 2021. Além do título do UFC, as maiores conquistas do gaúcho no MMA foram a vitória sobre Fedor Emelianenko, pelo Strikeforce, em 2010, encerrando a longa sequência invicta do russo – considerado por muitos como o GOAT dos pesos-pesados, assim como os triunfos sobre Alistair Overeem, Rodrigo ‘Minotauro’, Mark Hunt e Cain Velasquez, este que lhe rendeu o cinturão do Ultimate, em 2015.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas