Entrevistas

Com foco em próxima luta, Werdum minimiza preocupação em renovar contrato com UFC

No dia 25 de julho, Fabrício Werdum fará a última luta de seu contrato com o UFC, quando encara Alexander Gustafsson na quarta edição dos sha serem promovidos na ‘Fight Island’, em Abu Dhabi, em julho. Mas engana-se quem pensa que o brasileiro sente pressão extra para buscar a renovação de vínculo com a franquia. O ex-campeão dos pesos-pesados destacou, primeiramente, sua tranquilidade e foco para se recuperar da última derrota, contra Alexey Oleynik, por decisão dividida dos jurados, em maio deste ano.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o ‘Vai Cavalo’ admitiu que prefere não pensar no que vem no futuro, apesar do presidente da franquia, Dana White, adiantar que o perdedor dessa luta não deve continuar no UFC. Apesar das palavras do chefão, o brasileiro se mostrou bem tranquilo sobre seu futuro e destacou a importância de manter somente o foco no que precisa fazer para sair vitorioso.

“Não estou pensando em renovação com UFC porque estou bem focado para a luta. Só penso na luta do dia 25. O depois é o depois. Não é momento de pensar isso agora. Para o lutador o importante é focar 100% e muitas vezes já aconteceu de não estar focado, algo acontecer. Quando a gente fala em foco é tudo no momento. Pensar na luta, nos treinos e focar na parte técnica, física, mental. A combinação do corpo e cabeça é muito importante. Quando consegue combinar o corpo e a mente é quando o cara vira campeão, ou quando sai com uma boa vitória. Sendo bem sincero, não penso em renovação, o que vou fazer depois”, disse.

Para sua última apresentação, Werdum foi obrigado a ir para a cidade de Big Bear, localizada no estado da Califórnia (EUA), para “fugir” da quarentena, imposta para combater a pandemia do COVID-19, e manter seus treinamentos. Porém, o atleta encontrou dificuldades para manter a forma adequada uma vez que, pelo distanciamento social imposto, não pôde fazer sessões de sparring e nem uma preparação física. De volta à sua rotina tradicional, o gaúcho prometeu melhor atuação para mostrar porquê é um dos melhores do mundo.

“A última luta já ficou no passado e estou fazendo as coisas que deixei de fazer por causa da pandemia. Agora estou fazendo tudo ao contrário e o que não podia aquela época nos treinamentos, na parte física, sparring que não fiz para a última luta e usar essa experiência. Aprendi que não funciona muito treinamento sem sparring. Tem que ter sim, porque é a simulação da luta. Estou me sentindo muito bem mesmo para essa luta. Não quero falar muito para mostrar depois. Mostrar que estou entre os melhores do mundo sim. Para mim mesmo, não para os outros. Mostrar que posso mais uma vez. Tenho certeza disso”, explicou.

Já sobre seu adversário, que lutou três vezes pelo cinturão dos meio-pesados, sendo derrotado duas vezes por Jon Jones e uma por Daniel Cormier, e agora vai estrear na divisão mais pesada da franquia, Werdum disse que não acredita que o sueco vai encontrar dificuldades na nova categoria de peso. Questionado se pretende dar um bom cartão de visitas para o rival. o brasileiro pregou cautela e respeito.

“O Gustafsson e outros já são pesos-pesados. Eles não vão ter problema nenhum de subir, porque já são pesos-pesados naturalmente. Eles baixam para lutar em 93 kg.Se não baixassem tanto, seriam peso-pesdo. Fora de camp estão com mais de 100 kg. Eu já vi o Jon Jones com 105 kg, 108 kg. O Gustafsson voltando, deve estar com esse peso também. Então não vejo problema de se adaptar a categoria. Não estou preocupado em dar boas vindas para o Gustafsson. Estou preocupado em sair com uma boa vitória. É voltar bem e buscarmos é a vitória. Levantar o braço no final da luta”, afirmou o faixa-preta de jiu-jitsu.

Depois de lutar em Jacksonville em sua última atuação, agora Werdum vai pisar na ‘Ilha da Luta’, que tem despertado desejo em alguns atletas. Mas esse não é o caso do gaúcho. Embora o UFC trabalhe uma grande promoção para esses shows em Abu Dhabi, o brasileiro não se empolga com esse cenário.

“Já lutei no mundo inteiro mesmo, em vários países, então não me chama a atenção esse negócio de ilha. Nem é algo que estou pensando. Sendo bem sincero (risos). Não quero fazer um grau e falar que a ilha é isso, aquilo. Se eu quiser ir para a ilha, vou de férias com minha família (risos). Depois de anos lutando em vários lugares do mundo, nem é algo que estou preocupado de ser num lugar especial”, finalizou.

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