Após finalizar Alexander Gustafsson em julho deste ano, na ‘Ilha da Luta’ em Abu Dhabi (EAU), Fabrício Werdum viu seu contrato com o UFC chegar ao fim. O brasileiro de 43 anos se despediu do octógono mais famoso do mundo no momento em que sua categoria passou por uma transição – assim como ele, Daniel Cormier também deixou o evento, enquanto que Jon Jones se prepara para estrear na divisão. De olho nessa movimentação, apesar de negociar seu retorno ao esporte com outros eventos, o gaúcho projetou o resultado de um hipotético duelo contra o ex-campeão dos meio-pesados (93 kg).
Werdum já havia anunciado em entrevistas anteriores que gostaria de dar as boas-vindas a ‘Bones’ quando o norte-americano subisse para os pesos-pesados. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui), o brasileiro afirmou que enfrentaria qualquer oponente de renome, mas destacou confiança na vitória caso um dia encontre Jon Jones no octógono.
“Eu bem preparado, dois meses e meio treinando, 100% focado, (enfrentaria) qualquer um. Acabei de mostrar isso, o Gustafsson tem 33 anos, dez anos a menos que eu, e eu peguei ele rapidinho. É claro que o corpo não responde igual, mas a nossa experiência conta bastante. Gostaria de fazer uma luta – óbvio que não vai ser possível – contra o Jon Jones, ia ser bem legal. Tenho certeza que eu pegaria ele em uma guilhotina ou no braço. Aquela vez que o Vítor Belfort pegou o braço dele e ele não bateu, o Belfort não deu aquela pressão, porque se eu pegar ali, arranco fora. Arranco fora mesmo”, garantiu o atleta.
O que poucos sabem, é que o brasileiro já vivenciou a experiência de como seria encarar Jon Jones, ainda que de forma rápida e não-oficial. Anos atrás. durante um encontro entre os lutadores, o americano chamou Werdum para um treino de jiu-jitsu em um quarto de hotel, sequência que contoui com a supervisão de Rafael Cordeiro, treinador do gaúcho, e de Wanderlei Silva.
“A gente foi para o quarto porque ia sair todo mundo junto, e aí o Jon Jones ajoelhou e me chamou para o ‘rola’. Eu pensei que ia ser só naquele espacinho, porque tinha um espaço muito pequeno, e quando viu ele veio com tudo, segurou meu pescoço querendo dar uma guilhotina. Eu defendi e fiquei por cima e ele entrou no ‘double leg’ (queda). Foi muito rápido, questão de no máximo 30 segundos, mas foi forte. Consegui encaixar uma kimura nele e quando encaixei o mestre falou: ‘Tempo!’, porque alguém ia se machucar”, revelou o atleta.
Apesar de ser um lutador completo, Jon Jones é faixa-roxa de jiu-jitsu, enquanto Werdum é faixa-preta não só na modalidade, como também de judô. Com isso, o veterano garantiu que, caso um dia encarasse o ex-campeão do UFC em uma disputa de grappling (luta agarrada), também seria capaz de derrotá-lo.
“Ele é bom no grappling, as pessoas pensam que ele não é bom mas ele é bom sim. Bota bem para baixo. Mas, mais uma vez, eu pegaria ele certo, sem prepotência. Eu vejo isso, eu consigo visualizar a luta contra o Jon Jones, ele me botando para baixo, eu pegando na guilhotina, pegando uma kimura… Ele por cima e eu pegando no triângulo. Eu consigo imaginar e visualizar, não é querendo tirar onda não”, concluiu.
Aos 43 anos, Fabrício Werdum está no MMA profissional desde 2002 e soma 24 vitórias, nove derrotas e um empate em seu cartel. Seu grande momento na carreira aconteceu em 2015, quando conquistou o cinturão linear do UFC ao finalizar Cain Velásquez.
Por sua vez, Jon Jones não se apresenta desde fevereiro deste ano, quando superou Dominick Reyes em polêmica decisão dos juízes no UFC 247. O americano segue em processo de transição, a fim de aumentar sua massa muscular para competir na categoria dos pesos-pesados.