No dia 1º de janeiro de 2023, o Ultimate lançou um novo modelo de transmissão que promete revolucionar a maneira de acompanhar a principal liga de MMA do planeta dentro do Brasil. Com o rompimento da parceria com o Grupo Globo, através do ‘Canal Combate’, a organização lançou uma plataforma de streaming exclusiva denominada ‘Fight Pass’. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, executivos do alto escalão do UFC projetaram os principais objetivos e desafios a serem superados no início da implantação do novo formato no país.
Na visão de Eduardo Galetti, Vice-Presidente Sênior do UFC na América Latina, a principal meta do Fight Pass é popularizar ainda mais a modalidade ao agregar um público que não consumia anteriormente os esportes de combate no geral. Afinal de contas, de acordo com o executivo, o fã ‘hardcore’ do Ultimate fará a migração para o streaming por conta da paixão de maneira natual. Desta forma, o objetivo passa a ser conquistar cada vez mais fanáticos através de campanhas e da parceria com a Bandeirantes, na TV aberta.
“Existe uma base de fãs muito consistente no Brasil, então tem uma quantidade de assinantes dessa base que a gente carrega há muitos anos no plano de serviço pago, e essa base ela vem, e já está vindo. E temos variáveis. Então quando a gente sai dessa base, precisamos de grandes nomes. Uma grande luta do Charles, do Poatan, disputas de cinturão como teremos com Deiveson e Glover. A gente está bastante tranquilo com a consistência da nossa base inicial e com o crescimento (de assinantes) a partir de grandes eventos. Nossa ideia é popularizar, com a TV aberta, que conversa com o público que não é hardcore. E com parcerias do universo digital, com contas de telecomunicação que têm seus próprios canais de marketing. Para sair da nossa bolha, é com a Band, nossos parceiros, através de entrevistas, todas essas parcerias que a gente vai criando em torno do evento para cada vez mais aumentar esse todo”, explicou Galetti.
Vice-Presidente de Marketing e Mídias Digitais do UFC na América Latina, Daniel Mourão já pensa sob outra perspectiva. Especialista na área, o executivo ressalta que o principal obstáculo a ser superado para que o ‘Fight Pass’ alcance o sucesso esperado no Brasil é quebrar o paradigma e mudar a cultura de consumo antes estabelecida com a assinatura de canais pagos na TV fechada. Uma vez que o streaming caia no ‘gosto do povo’, o céu é o limite, como o próprio garante.
“A gente começou do zero. Dia 1º de janeiro lançamos um produto que tinha zero assinantes e sabemos que a gente tem 60 milhões de fãs no Brasil, segundo número de uma pesquisa. O céu é o limite, 60 milhões de assinantes seria massa. A expectativa é alta, do produto, do mercado. A gente tem que mudar um paradigma, mudar uma cultura, que é super difícil. O pessoal estava acostumado com uma maneira de assistir, e agora tem várias maneiras de assistir. Porque hoje o ‘Fight Pass’ está no celular, está no Playstation, está em uma TV LG (…) Ensinar o consumidor a assinar e consumir é a nossa tarefa, a do marketing, das redes sociais. Temos 15 milhões de seguidores que estamos martelando desde o ano passado falando sobre isso, com um plano de comunicação bem elaborado. É um trabalho de formiga”, projetou Mourão.
A nova equipe de transmissão do UFC no Brasil estreou no último sábado (14), durante o primeiro evento da liga na temporada de 2023. O time é composto pelo narrador André Azevedo, os comentaristas Carlão Barreto, Rodrigo Minotauro e Demian Mais, além da repórter Evelyn Rodrigues.