Campeã inaugural da divisão peso-pena (66 kg) do UFC e presença constante entre as principais atletas do peso-galo (61 kg) nos últimos anos, Germaine de Randamie esperava ter um reconhecimento maior pelos feitos de sua carreira. Em entrevista coletiva após a edição do Ultimate realizada no último sábado (3), na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), a holandesa aproveitou o palco após ter conquistado mais um triunfo dentro do octógono – desta vez sobre Julianna Peña – para desabafar sobre a situação.
A veterana, que divide a carreira como lutadora com o trabalho de policial em seu país natal, ressaltou seu desejo de permanecer fiel à sua postura serena e não enveredar pelo caminho da promoção exagerada de um personagem para ser reconhecida, algo comum no esporte hoje em dia. Em sua visão, seus feitos esportivos deveriam ser o suficiente para lhe garantir o respeito e valorização por parte da organização.
“Eu acredito, honestamente, que eu ainda não recebi o respeito que acredito que eu mereço. Eu fiz história um par de vezes na minha carreira – muitos pares de vezes. Eu realmente não recebi o respeito, e eu já vi no passado que se você é um babaca, você consegue o respeito no UFC. Eu não quero ser um babaca. Quero permanecer verdadeira a mim mesma. Mas eu acredito que mereço um pouco mais de respeito por tudo que eu fiz na minha carreira”, desabafou Germaine, antes de continuar.
“Eu tenho 36 anos, meu trabalho de tempo integral – eu treino além do meu trabalho de tempo integral sendo uma policial. Estou ficando um pouco mais velha, e isso não é fácil e eu mereço um pouco de crédito por isso”, concluiu.
Ex-atleta do kickboxing, Germaine de Randamie soma dez vitórias e quatro derrotas em sua carreira no MMA profissional. Pelo UFC, onde compete desde 2013, a holandesa conquistou sete triunfos e sofreu apenas dois reveses, ambos para Amanda Nunes, atual campeã peso-galo e peso-pena da liga e considerada por muitos como a melhor lutadora de todos os tempos.