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Em alta no UFC, Valter Walker abre o jogo sobre o uso de doping na Rússia

Vindo de três vitórias por finalização consecutivas, a mais recente delas no último sábado (12), novamente com uma chave-de-pé, o brasileiro Valter Walker está em alta no UFC – seja pelo seu desempenho esportivo dentro do octógono ou pela personalidade peculiar fora dele. E foi justamente por conta do segundo quesito que o peso-pesado voltou a chamar a atenção nesta segunda-feira (14).

Em participação ao vivo no canal da Ag Fight no ‘Youtube’, Valter abriu o jogo sobre o uso de esteroides quando ainda atuava no MMA russo, antes de entrar no UFC. O extrovertido lutador carioca – irmão do também atleta do Ultimate Johnny Walker – mora e treina na Rússia há alguns anos, onde inclusive constituiu família, e deu seus primeiros passos na carreira como profissional no país.

“Tem nada (antidoping na Rússia). Os caras estão tentando colocar, mas se colocar o MMA acaba. A graça do MMA russo não é o doping? É muito maneiro. Tem uma luta que eu nunca vou esquecer na minha vida. O maluco tomou um soco no queixo e caiu apagado, bateu de cabeça no chão, acordou, levantou, acertou o outro, que caiu apagado também. Ele (também) bateu de cabeça no chão, levantou e começaram a bater um no outro, e a luta foi para os pontos. A graça do MMA russo é isso. Se tirar, é f***”, brincou o brasileiro.

Sincerão

Questionado pela reportagem da Ag Fight como fazia para competir contra atletas dopados durante sua passagem pelo MMA russo, o peso-pesado ativou o modo ‘sincerão’ e revelou que também fazia uso de substâncias proibidas naquela época. Inclusive, de acordo com Valter, em sua estreia pelo UFC – quando sofreu sua primeira derrota na carreira – ele ainda sofria com os efeitos por ter interrompido o uso de doping, uma vez que na organização presidida por Dana White o controle antidoping é ferrenho.

“Ué! O que eu fazia (para lutar no meio dos russos)… C***! O que eu fazia (risos). Se você anda como eles, você fala igual a eles, você parece com eles, (você) faz como eles, c***. A minha primeira luta no UFC, eu ainda estava me recuperando da gasolina aditivada. Agora eu estou rodando na gasolina comum. Mas a minha primeira luta no UFC… Quando você está na aditivada, você está lá em cima, quando tu para, tu vai lá para baixo, depois tem que subir de novo. Eu estava aqui (embaixo) quando eu lutei com aquele polonês. Agora eu estou já aqui (em cima), já estou no shape”, revelou Walker.

Aos 27 anos de idade, Valter Walker desponta como um dos principais prospectos da divisão dos pesos-pesados no UFC. Depois de estrear com derrota na liga, contra o polonês Lukasz Brzeski, em abril de 2024, o carioca – especialista na luta agarrada – engatou uma sequência de três vitórias, todas elas por chave-de-pé no primeiro round, diante de Junior Tafa, Don’Tale Mayes e Kennedy Nzechukwu, este no último sábado, pelo card do Ultimate sediado em Nashville (EUA).

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Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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