Depois de falhar na balança duas vezes consecutivas em ação pelo peso-palha (52 kg), Eduarda Moura disputou sua primeira luta dentro do Ultimate entre os pesos-moscas (57 kg) no último sábado (16). Com a mudança, o corte de peso deixou de ser um percalço para a brasileira. Entretanto, às vésperas do UFC 309, ‘Ronda’ teve que travar outra batalha antes mesmo de pisar no octógono montado em Nova York (EUA). Durante a semana do combate contra Veronica Hardy, a atleta da equipe ‘Galpão da Luta’ revelou ter sofrido uma lesão na região da virilha.
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Em entrevista exclusiva à Ag Fight, a sergipana admitiu que mal conseguia se locomover por conta das dores sentidas na região dias antes do combate. O cenário fez com que seu time cogitasse, inclusive, sair do duelo contra Veronica. A possibilidade, porém, nunca passou pela cabeça de Eduarda. Com uma equipe de profissionais da área da saúde trabalhando incessantemente, Ronda conseguiu melhorar sua condição física e competiu na luta de abertura do UFC 309. O esforço foi recompensado, já que a brasileira desbancou a venezuelana na decisão unânime dos juízes.
“Como todo lutador, a gente passa por muita coisa no camp. E esse camp foi difícil. Na verdade, a minha equipe pensou em eu não lutar. Mas eu, em momento nenhum. Disse que até aleijada eu vinha (risos). Na segunda-feira, antes da gente viajar (para Nova York), senti uma lesão na virilha. Dormi na segunda e na terça-feira acordei com a lesão. E não conseguia caminhar, sair da cama. Sentindo muita dor. Então no final do camp não consegui treinar, fiquei de cama na terça, quarta e na quinta. Só voltei aos treinos sexta-feira, e ainda sentindo (a lesão). Viajei sentindo, quando cheguei aqui, graças a Deus, orei muito e pedi e aqui (melhorou). Tive ajuda do Dr. Fábio Costa, do fisioterapeuta Alessandro, da minha fisio Andressa também. Eles, em conjunto, conseguiram me dar uma ajuda. E, com fé em Deus e graças a Ele, cheguei aqui e não senti dor. Precisava dessa luta”, explicou Ronda.
Adaptação no estilo de luta
Especialista na luta agarrada, Eduarda mostrou uma versão mais eficaz na trocação diante de Hardy no UFC 309. E, segundo a própria, seu estilo para a ocasião foi uma adaptação necessária por conta da contusão contraída na virilha. Com receio de amplificar a lesão e as dores na região, Ronda evitou as quedas e apostou no poder de fogo de suas mãos para surpreender a oponente e ter o braço erguido em Nova York.
“Sim, foi nossa estratégia. Sabia que ela estava me esperando e que tinha treinado muito as defesas de queda. Ela sabe que esse é o meu forte. Então trabalhamos muito a finta e entrando com mão, finta e joelho, finta e (chuta) frontal. Já sabia do peso da minha mão. Tanto que a primeira que entrou eu senti, porque o nariz dela começou a sangrar na hora. A gente teve essa estratégia por conta da minha virilha também. A gente não queria arriscar de eu entrar em queda e eu sentir (a lesão). Então pensamos: ‘Para não sentir virilha e não correr risco, vamos com mão dura’. Modo guerra ativado”, relembrou a sergipana.
Primeira representante do Sergipe contratada pelo UFC, Eduarda Moura desponta como uma grande aposta do MMA brasileiro para o futuro. Wrestler de alto nível, Ronda, como é conhecida, detém um cartel de 11 vitórias e apenas uma derrota como profissional. De olho em uma vaga no ranking, a atleta de 30 anos do Galpão da Luta já reforçou seu interesse em se manter ativa tanto na divisão dos palhas quanto entre os moscas.