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Entrevistas

‘Durinho’ valoriza papel de Vicente Luque em vitória sobre Woodley: “Fazia tudo que ele pedia”

No último sábado (30), Gilbert ‘Durinho’ derrotou Tyron Woodley, na sua maior atuação dentro do Ultimate, por decisão unânime, na luta principal do UFC Las Vegas. Com isso, o brasileiro se colocou como número um no ranking dos meio-médios do Ultimate e ficou perto de uma disputa de cinturão na categoria. Mas pouca gente sabe da importância de uma pessoa para esse triunfo importante. Trata-se de Vicente Luque, também atleta do Ultimate e que ficou de córner do compatriota.

Em entrevista ao podcast ‘Ag Fight MMA‘ (clique aqui ou veja abaixo), ‘Durinho’ revelou que Vicente foi fundamental para ele seguir uma estratégia durante o combate. Como o evento não tinha público, existia a possibilidade de Woodley escutar Henri Hooft, treinador do brasileiro, por ele falar inglês e poder tentar evitar alguns ataques. Dessa maneira, Luque entrou em ação e deu todas as coordenadas para o amigo fazer durante o confronto e o atual número um do ranking, seguiu à risca.

“Cheguei muito tranquilo e focado, com muita vontade de lutar, bem menos nervoso com o Demian. Até pelo perigo. Com o Demian eu entrei mais devagar, estava muito nervoso. Ele acabou que me derrubou, mas tranquilo, ele não ia me nocautear. Com o Woodley se eu entro devagar poderia ser nocauteado. Tive que mudar muito isso. Ouvi os córners do Demian, com o Woodley eu escutava mais ou menos, mas ouvia muito meu córner. O Vicente… Parecia que ele estava com joystick. Ele mandava eu chutar, eu chutava, falava para fintar, eu fintava. Fazia tudo que ele pedia. E como dava para o Woodley escutar, o Henri falava para mim, porque ele tem uma voz muito boa, mas o Vicente falava algumas coisas do Henri para o Woodley não entender. O Vicente foi meu principal córner para me passar toda a estratégia que eu tinha que fazer para o Woodley não entender”, explicou o atleta que acumula seis vitórias seguidas.

Outra tática que ‘Durinho’ adotou nesse embate foi de provocar Woodley. No intervalo de todos os rounds, o brasileiro buscava um contato visual com o adversário, para mostrar que estava inteiro fisicamente. Além disso, no fim do combate, chegou a abaixar a guarda e chamar o rival. O faixa-preta de jiu-jitsu explicou que seguiu conselhos de alguns integrantes de sua equipe para justificar essa postura.

“Estudei bastante ele e vi que isso era algo que o incomodava muito, ele não gosta disso. Eu tenho meus conselheiros de guerra, o Vitor Belfort, o Daniel (Mendes), o Ramon. Eles me ligam, falam que estão assistindo as lutas dele e mandam eu fazer isso, aquilo. Tem gente que quando me fala eu sigo. O Ramon e o Daniel me falaram que seu botasse uma pressão nele ele meio que entrega. Pediram para eu provocar para quebrar ele. Já tinha isso dentro de mim, mas não sabia como. O Tyron Woodley é aquele que faz bullying na escola. O cara que já vem pedindo dinheiro dos outros na merenda da escola. Então se tu não confrontar aquilo na hora, vai abaixar sempre a cabeça. Para matar isso, é mais confiança, antes de qualquer coisa. Só sua atitude faz ele te respeitar. E sabia com o Woodley teria que ser isso. Comecei a estratégia fazendo ele errar os golpes no começo. Mas depois eu não andei para trás e joguei uma bomba nele, que vi que ele sentiu. Daí já quebrei ele. Depois quando vi que ele estava todo cortado, decidi mostrar para ele que estava no gás tranquilo, e olhava no olho dele. Ele desviava. Mas olhei no telão e vi que estava observando. E daí surgiu a ideia de fazer todo round e afetando ele. Já queria fazer e quando vi que olhou para o telão para ver se continuava, segui isso”, contou.

No MMA profissional desde 2012, com 19 vitórias e apenas três derrotas, Gilbert ‘Durinho’ vive seu melhor momento dentro do Ultimate. Atualmente, o brasileiro acumula seis vitórias seguidas no UFC.

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