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Gilbert 'Durinho' venceu suas últimas cinco lutas no UFC - Carlos Antunes

Entrevistas

Durinho promete não se abalar com saída do UFC 251: “Quero o cinturão mais do que nunca”

Em poucos dias Gilbert ‘Durinho’ foi do céu ao inferno. O brasileiro, que estava nos preparativos finais para lutar pelo cinturão dos meio-médios (77 kg) no confronto principal do UFC 251, deste sábado (11), diante do nigeriano Kamaru Usman, viu sua chance de ser campeão escorregar pelas mãos. Na última sexta-feira, o brasileiro recebeu a notícia que havia testado positivo para o COVID-19 e, por isso, foi cortado do show. Ainda em recuperação da doença, o faixa-preta de jiu-jitsu conversou coma reportagem da Ag.Fight e explicou detalhes de todo esse turbilhão de emoções que passou na última semana.

‘Durinho’ mora no estado da Flórida (EUA) e já havia passado pela primeira triagem do UFC quando seu teste inicial deu negativo, na segunda-feira retrasada. Na sequência, ele embarcou para Las Vegas (EUA), de onde sairia o voo para Abbu Dhabi (EUA), e ficou em quarentena de rotina. No entando, no seu segundo teste veio a notícia devastadora. Assim que soube do resultado positivo e do corte do evento, o brasileiro chegou a contrariar uma recomendação do UFC e retornou para a sua cidade de carro, com Greg Jones e Vagner Rocha, seus parceiros de equipe que também contraíram o vírus.

“Fiquei bem triste. Na sexta de manhã eles mandaram a notícia que eu tinha testado positivo e tive que fazer outro para confirmar, que também veio positivo. Fiquei arrasado. Perder essa chance, estava tão preparado, treinei para caramba. Mas não tinha que ser agora. Ainda tinha que fazer quarentena, mas quando soube que não ia ter mais luta, queria ir embora. Meu empresário disse que o UFC não queria que eu fosse, mas meus treinadores iam de carro. Se não fosse com eles, teria que ficar 14 dias lá. Pensei: ‘Ah, está doido. Vou embora’. Perguntei ao meu empresário se tinha problema e ele disse que não, mas que o UFC não queria. Então eu fui. Demorou 40 horas, foi bem desgastante, mas pelo menos vim para casa logo”, disse.

Atualmente, a Flórida é um dos estados americanos que tem sido manchete no MMA mundial. Isso porque alguns atletas e treinadores testaram positivo para o COVID-19, principalmente na equipe American Top Team, que já teve quatro casos divulgados, como os de Marcos ‘Parrumpinha’, Mike Brown, Gabriel de Oliveira e Pedro Munhoz. Por sua vez, o lutador afirmou que ainda sente mal estar, muito sono e até perda do olfato. De acordo com o atleta natural de Niterói (RJ), em conversa com seus médicos, a sequência de lutas e camps intensos pode ter influenciado para ele ficar doente.

“Estava com muita dor de cabeça e também não sinto cheiro de nada, só um tipo de amônia. É esquisito. Meu corpo está meio fraco também, não estou bem. Vai e volta isso. Ontem acordei sem nada, mas depois veio muito forte e estou ficando muito deitado. Estou dormindo muito. Acordo tarde, cochilo direto. Dá para ver que estou com a imunidade baixa. Acho que foi muito desgaste, um camp em cima do outro. Acho que ainda teve um desgaste de energia muito grande na luta com o Woodley, onde eu fiz cinco rounds, onde eu treinei bem, forte, pesado. O descanso não foi adequado. Aconteceu o que tinha que acontecer. Mas eu quis fazer isso. Meu corpo não aguentou, mas já estou tranquilo”, explicou o meio-médio.

Gilbert ‘Durinho’ venceu Woodley em sua última apresentação – Leandro Bernardes

Apesar da doença, ‘Durinho’ aderiu ao famoso ditado popular de: ‘Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’. Depois da tristeza por saber que não lutaria pelo título neste sábado, o brasileiro já aponta o lado positivo dessa situação. Se antes o lutador não acreditava que poderia se motivar mais por uma luta valendo o cinturão, agora ele já superou suas expectativas e deu um recado para quem espera que ele desanime.

“Eu não sabia como poderia ficar mais motivado, achava que não tinha como. Mas estou com muita vontade. É difícil ficar mais motivado e quando cancelaram, deu mais ainda. Agora me deu mais vontade ainda e quero pegar esse cinturão mais do que nunca. Estava tão perto e escorregou das minhas mãos. Agora é trabalhar duro para ser campeão. Mas fiquei mais motivado e mentalmente mais forte”, contou, antes de completar.

“Sou um cara que evolui muito. Esse ano fiz duas lutas, treinei para a terceira e fui córner em mais três lutas. Isso me evolui demais como atleta e pessoa. Sei o quanto posso evoluir e é só fazer meu trabalho, me dedicar. Contra o Kunchenko era um, depois com o Demian já fui melhor, com o Woodley também. Venho evoluindo a casa luta e tenho consciência que serei campeão. Na próxima já vou estar bem melhor”, concluiu.

Em recuperação da doença e com a previsão de só retornar aos treinos em três semanas, ‘Durinho’ não vai deixar de ficar atento ao duelo entre Kamaru Usman e Jorge Masvidal, seu substituto. O brasileiro fez questão de não esconder para quem vai sua torcida nesse confronto e justificou o motivo.

“Acho que o caminho vai continuar claro se o Kamaru ganhar. Estou na torcida para ser o próximo. Mas se o Mavidal ganhar vai ficar uma bagunça, só vai querer superluta. Mas eu acho que o Kamaru vai ganhar, mas vai ser uma luta chata. O Kamaru vai enrolar, não vai conseguir finalizar nem nocautear, vai ficar se embolando, agarrando. Mas com isso, vou ser o próximo (desafiante) sim”, finalizou o brasileiro.

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